Carlos Eduardo Bellini Borenstein O presidente Lula (PT) deu início, no dia 18 de janeiro, a um giro de viagens pelo Brasil de olho nas eleições municipais de outubro. A movimentação de Lula foi carregada de simbologias. O primeiro aspecto a ser destacado é a região escolhida: o Nordeste, que teve grande peso em sua vitória nas eleições de 2022.
Lula esteve em Salvador, Recife e Fortaleza, as três maiores capitais nordestinas. Na Bahia, o presidente tenta construir um entendimento entre aliados na definição do candidato que desafiará o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil). Estão na disputa pela candidatura o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o deputado estadual Robinson Almeida (PT).
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Em Fortaleza, o cenário é ainda mais complexo. O prefeito José Sarto (PDT) será candidato à reeleição. No entanto, há um racha na família Ferreira Gomes, que levará o senador Cid Gomes a se filiar ao PSB. O candidato de Cid é o ex-prefeito Roberto Cláudio. No entanto, o PDT defende o nome de Sarto. Não bastasse isso, a ex-prefeita Luizianne Lins (PT) também é cotada para a disputa.
Foto: Antônio Augusto/ Ascom-TSE
Em Recife também há divergências entre aliados do lulismo. O prefeito João Campos (PSB) disputará um novo mandato e desponta como favorito. Sua vice é Isabella de Roldão (PDT). No entanto, o PT quer indicar o vice de João. Entre os nomes cotados aparecem o do deputado federal Carlos Veras, o da vereadora Liana Cirne e o do ex-vereador Mozart Sales. A oposição a João Campos também não definiu seu candidato.
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Durante sua viagem pelo Nordeste, Lula anunciou a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco, que foi um dos alvos da Operação Lava Jato. A previsão é de que ocorra um investimento pela Petrobras de US$ 17 bilhões até 2028.
O início da movimentação de Lula pelo Brasil faz parte da estratégia do governo de aumentar a visibilidade do presidente no país, buscando elevar sua popularidade, assim como a do PT. O partido aposta em Lula como cabo eleitoral nas eleições municipais para alavancar o número de prefeituras conquistadas, após os reveses nos pleitos de 2016 e 2020.
