Após reunião de líderes na manhã desta terça-feira (05), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, decidiu que irá instalar três CPIs: a que propõe investigar suposto esquema de corrupção no MEC; a das obras inacabadas e a terceira para apurar o crime organizado. A leitura dos respectivos requerimentos deve ocorrer nesta semana, mas a instalação deve ficar para depois das eleições.
Isso porque a maioria dos líderes demonstrou preocupação de que as CPIs se transformem em “palanque eleitoral”, o que fará com que os colegiados funcione somente após outubro. Uma das justificativas para isso, defendida por alguns senadores, é de que as investigações sobre o MEC, por exemplo, estão sendo feitas pela Polícia Federal, Ministério Público e pelo Judiciário.
“A ampla maioria dos líderes entende que a instalação de todas elas deve acontecer depois do período eleitoral, permitindo-se a participação de todos os senadores e evitando-se a contaminação das investigações pelo processo eleitoral”, declarou Pacheco em suas redes sociais.
Depois da leitura dos requerimentos, os líderes deverão indicar os membros das respectivas comissões e bater o martelo sobre a data da instalação dos colegiados.
A reunião desta terça-feira (5) tinha o objetivo de avaliar a ordem cronológica das CPIs e a pertinência das temáticas, visto que as comissões miravam nos governos petistas e no governo de Bolsonaro.
A briga das CPIs
Com a prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, a oposição conseguiu rapidamente as assinaturas para protocolar a CPI do MEC, que pretende auxiliar na investigação da Polícia Federal (PF) e impedir qualquer tentativa de intervenção do governo no inquérito da PF. Milton Ribeiro é alvo da operação “Acesso Pago” que o investiga por tráfico de influência e corrupção no Ministério da Economia.
O requerimento fez os governistas pressionarem Rodrigo Pacheco para instaurar as CPIs que foram protocoladas antes, seguindo a ordem cronológica, como a CPI das Obras Inacabadas e a CPI das ONGs que investigam os governos anteriores.