A falta de um consenso em torno de um nome para a presidência da Comissão Mista do Orçamento pode acabar em votação presencial. De acordo com fontes ouvidas pelo O Brasilianista, a opção tem sido apoiada por parlamentares do grupo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que já teria dito aos colegas que essa seria a melhor escolha. A avaliação é que só é possível que a primeira sessão da comissão seja feita remotamente se houver um nome apoiado pela maioria dos parlamentares – o que não é o caso.
A sessão que estava prevista para esta terça-feira (6) foi cancelada justamente por falta de consenso. Parlamentares do DEM acusam o Centrão de, em cima da hora, quebrar um antigo acordo que já havia sido firmado no ano passado para que Elmar Nascimento (DEM-BA) fosse presidente da CMO. Nos últimos dias, Arthur Lira (PP/AL) apresentou Flávia Arruda (PL/DF) como candidata do grupo à presidência da comissão.
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Os apoiadores de Elmar criticam a indicação de Flávia Arruda. “É uma parlamentar de primeiro mandato, sem conhecimento ou formação nenhuma em finanças e orçamento. O objetivo do Centrão é manipular essa pessoa por meio da negociação de emendas extras e cargos. Como ela não tem experiência, acabaria sendo pautada pelos partidos do Centrão”, disse um parlamentar.
O cientista político da Arko Advice, Cristiano Noronha avalia que, em uma votação presencial, com esse nível de disputa, o resultado é mais imprevisível. “É comum que essas escolhas sejam feitas por negociações. Se você vai para uma votação dessa sem acordo, é possível que surjam outros candidatos e você se surpreenda”, explica. “Se você não tem um entendimento prévio, pode acabar alguém de nenhum dos dois grupos”.