A questão fiscal dos estados: uma crise grande demais


O governo já está parcialmente convencido de que a dívida fiscal dos estados é impagável. E que só existe um caminho a ser adotado: a sua encampação pela União em troca de bens e ativos dos estados, pagamento em prestações a perder de vista e, sobretudo, um rígido protocolo de corte de despesas.

O que será discutido adiante é como fazer e o que exigir dos estados.

Fontes alternativas de recursos

A nova repatriação de recursos – que será aprovada no Congresso ainda este ano – deve gerar mais recursos para os estados. Parte das multas arrecadadas com a repatriação que se encerrou será dividida com as unidades da federação em maiores dificuldades.

Outra solução proposta pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi a securitização de recebíveis. Operação semelhante foi feita com o Rio de Janeiro em 2014. Hoje, no entanto, fontes do governo consideram que o recurso seria um paliativo para o problema do estado.

Outra questão posta na mesa é a liberação dos depósitos judiciais, que está parada na Câmara dos Deputados após ter sido aprovada pelo Senado. Governadores e prefeitos vão pressionar o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pôr o tema em votação o mais rapidamente possível.

De acordo com o projeto, os estados e municípios podem usar até 70% do valor desses depósitos como receita. Mas apenas para pagar precatórios, dívidas fundadas (superiores a 12 meses) e despesas de capital (não obrigatórias).

Estados e prefeituras estão quebrados

Considerando as circunstâncias, a questão fiscal dos estados assume caráter prioritário na agenda do governo. Na esteira surgem os problemas nos municípios. Por exemplo, em Minas Gerais, 70% das prefeituras terão dificuldades para pagar salários no fim do ano.

Enquanto a sensibilidade política para o tema é alta no Palácio do Planalto, a equipe econômica ainda resiste a soluções que impliquem gastos da União. Não devem conseguir. A crise é grande demais.

Postagens relacionadas

Reforma Tributária propõe devolver valores pagos na conta de luz e água. Confira

Pé-de-Meia: secretário da Fazenda afirma que a política tem taxa de retorno elevada

Senado adia análise de vetos presidenciais para início de maio

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais