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O que estão fazendo os candidatos ao governo de São Paulo – por Carlos Borenstein

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Os três principais players na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes realizaram importantes movimentos estratégicos nos últimos dias. No campo da esquerda, cresce a possibilidade de união do campo progressista em torno do ex-prefeito de São Paulo (SP) Fernando Haddad (PT). O vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) terá o apresentador da TV Bandeirantes José Luiz Datena (União Brasil) como seu vice. E no campo bolsonarista, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), articula a construção de sua chapa.

Na semana passada, o líder do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos (PSOL), desistiu de concorrer ao Governo de São Paulo e será candidato a deputado federal. Embora o ex-governador Márcio França (PSB) ainda esteja na disputa, a saída de Boulos abre caminho para a união das esquerdas em torno de Fernando Haddad (PT).

A grande incógnita no campo da esquerda é se França desistirá de concorrer novamente a governador. Por enquanto, mesmo com a oficialização da filiação do ex-governador Geraldo Alckmin ao PSB, França permanece na disputa. No entanto, não deve ser descartada a possibilidade de Márcio França optar por concorrer a senador, selando uma aliança com Haddad e Boulos em nome da unidade das esquerdas, tendo como pano de fundo o projeto nacional Lula-Alckmin.

Em relação a Guilherme Boulos, a decisão de concorrer a deputado federal por ser considerada uma boa opção. Por conta das resistências ao PSOL, principalmente no interior de SP, dificilmente Boulos se elegeria governador. Concorrendo a deputado, deve disputar com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) quem será o mais votado no Estado. Em 2024, Boulos espera contar com o apoio do PT para concorrer à prefeitura de do estado.

Também ocorreram importantes definições envolvendo o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB). Na última quinta-feira (24), através das redes sociais, os presidentes nacionais do PSDB, Bruno Araújo, e do União Brasil, Luciano Bivar, foi oficializada a pré-candidatura do apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (União Brasil), ao Senado na chapa que será liderada por Garcia.

Como o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será candidato a governador com o apoio do presidente Jair Bolsonaro, ao buscar Datena para a coligação de Garcia, o PSDB busca acenar para a direita.

Diante do desgaste do PSDB em SP e a força no bolsonarismo no estado, os tucanos apostam que Datena poderá ser uma peça estratégica na atração do eleitorado conservador, dividindo a preferência nesse campo com Tarcísio.

Tarcísio de Freitas, por sua vez, também intensifica sua movimentação. O diretor do Hospital do Amor, de Barretos (SP), Henrique Prata (Sem partido), que chegou a ser cotado como um possível substituto de Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), quando ele deixou o Ministério da Saúde, é cotado como um potencial vice de Tarcísio. E, para o Senado, cresce a possibilidade que o escolhido seja o ex-presidente da FIESP, Paulo Skaf, que hoje é filiado ao MDB, mas deve trocar de partido.

Nota-se que na escolha do candidato ao Senado, Rodrigo Garcia e Tarcísio de Freitas buscam nomes que sinalizem para segmentos do eleitorado que desejam conquistar. Ao anunciar Datena como candidato a senador, Garcia mira o voto conservador. Tarcísio, por outro lado, ao buscar Skaf, quer sinalizar ao centro, mais especificamente a parcela do eleitorado paulista que é simpático ao PSDB.

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