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Mourão defende que Huawei não deve ser banida

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A pressão do setor das teles pelo não banimento da empresa chinesa Huawei do 5G brasileiro tem gerado efeitos. Nesta segunda-feira (7), o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que começa a crescer no governo a ideia de permitir a atuação da empresa com base em parâmetros pré-estabelecidos. Ele também defendeu que um banimento da empresa vai custar caro aos consumidores.

“40% da infraestrutura que temos em 3G e 4G é da Huawei. Se, por um acaso, dissessem que a Huawei não pode fornecer equipamento, vai custar muito mais caro, porque vai ter que desmantelar tudo que tem aqui, porque ela não fala com os equipamentos das outras. E quem é que vai pagar esta conta? Somos nós, consumidores”, disse Mourão em evento da Associação Comercial de São Paulo.

Esse argumento é o mesmo que tem sido usado, por exemplo, pela Conexis Brasil Digital (antiga Sinditelebrasil), entidade que representa as maiores empresas do setor de telecomunicações no Brasil, como Oi, Claro, Tim e Vivo.

“Acreditamos que não é adequado ter qualquer interferência no funcionamento do mercado. Ele chegou no nível de eficiência que tem hoje devido ao modelo de regulação e ao princípio da liberdade econômica. Ou seja, participa aquele que tem mais eficiência e maiores condições técnicas de oferecer uma solução”, explicou o economista Marcos Ferrari, presidente-executivo da entidade, em entrevista ao Brasilianista.

Por outro lado, de acordo com o vice-presidente da República, para se habilitar para ser usada no 5G brasileiro todas as fornecedoras de equipamentos devem respeitar a soberania nacional, a privacidade dos dados transmitidos e a economicidade.

Ainda não se sabe quais serão os requisitos exigidos das empresas pelo governo. Em alguns países europeus, como a Alemanha, em vez de barrar diretamente a participação da Huawei no 5G, o governo passou uma série de regulações que, na prática, impedem a atuação da empresa.

Vai-e-vem de informações

A decisão sobre permitir ou não a fornecedora chinesa na instalação da infraestrutura de 5G do Brasil tem sido palco de um vai-e-vem de informações conflitantes – hora o governo dá sinais de que deve proibir, hora volta atrás e dá sinais de que a atuação da empresa pode ser permitida.

Em novembro, em visita de comitiva americana ao Brasil, o Itamaraty anunciou a adesão do Brasil ao programa Clean Network (Rede Limpa), cujo principal objetivo é limitar o uso de tecnologia chinesa nas telecomunicações pelo mundo.

Contudo, quando Eduardo Bolsonaro falou sobre o assunto nas redes sociais, uma crise diplomática se instaurou, obrigando o deputado a deletar a publicação.

Conforme fontes oficiais, o governo entende que um eventual veto à Huawei envolveria riscos de retaliação comercial por parte da China, nosso maior importador de carne, milho e soja.

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