Início » CEB Distribuição será vendida por pelo menos R$ 1,4 bilhão, aprovam acionistas

CEB Distribuição será vendida por pelo menos R$ 1,4 bilhão, aprovam acionistas

A+A-
Reset

O leilão da CEB Distribuição (CEB-D) vai ter que respeitar o preço mínimo de R$ 1,4 bilhão. Esse foi o valor aprovado pelos acionistas da empresa em assembleia geral extraordinária realizada nesta semana com base em estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A reunião representou a retomada definitiva de um processo que, sob a contestação de sindicatos, vai e vem há décadas no Palácio do Buriti, sede do GDF.

A expectativa do BNDES é que o leilão ocorra no dia 27 de novembro na B3. O edital será lançado em 5 de novembro.

Caducidade

De acordo com o governo local, que é acionista majoritário da estatal, a venda da unidade de distribuição da empresa deve evitar um prejuízo de R$ 1 bilhão. Isso porque desde 2018 a CEB vem descumprindo metas previstas em seu contrato o que pode levar a empresa a perder o direito de prestar serviço no DF. Por conta de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), o governo é proibido de manter contratos com empresas comprovadamente ineficientes.

Leia mais:

Na avaliação do presidente da empresa, Edison Antônio Garcia, há grande chance de, em 2020, as metas serem novamente descumpridas e o processo de declaração de caducidade do contrato se iniciar automaticamente.

Caso a concessão acabe, o GDF sai no prejuízo: vai ter que desembolsar cerca de R$ 1 bilhão. O número é a diferença entre o quanto renderam os ativos regulatórios (R$ 1 bi) e os pagamentos com os quais o governo seria obrigado a arcar, como as dívidas da empresa e a rescisão de quase 900 empregados (que totalizam R$ 2 bi).

Empresa deficitária

De acordo com dados apresentados por Garcia em audiência pública na última quarta-feira (14), em 2019 a CEB teve déficit de R$ 326 milhões. “Hoje, somado os resultados ruins de 2018, 2019 e agora da pandemia nós estamos em uma situação em que temos uma qualidade ruim do serviço e situação econômica e financeira ruim”, avaliou.

Contas da CEB de 2019 apresentadas em audiência pública. Imagem: Reprodução

Segundo ele, ano após ano a CEB tem recorrido aos bancos para honrar os compromissos – valores que somados já alcançaram o valor de R$ 800 milhões. “É no mínimo pueril achar que uma empresa que se diz lucrativa mantenha um serviço da dívida nessa envergadura”, pontua.

A situação da empresa é agravada pela grande quantidade de clientes com as contas atrasadas. No total, a CEB tem R$ 612 milhões em sua carteira de inadimplência. Só a Universidade de Brasília (UnB) deve R$ 202 milhões.

Nas contas da administração atual, a privatização da CEB Distribuição pode gerar pelo menos R$ 750 milhões para o GDF. Além disso, o pagamento do ICMS será regularizado.

Pelo menos 6 grupos empresariais que já declararam estar interessadas em adquirir a CEB Distribuição. Entre eles estão as brasileiras Equatorial Energia e Neoenergia, mas também multinacionais como a EDP.

Caminho político?

Apesar do governo local querer levar a privatização da CEB-D a toque de caixa, o plano pode acabar esbarrando na política. Como mostrou reportagem do portal Metrópoles, o Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF) publicou um parecer pedindo que a venda seja analisada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF).

Contudo, já existe no Supremo Tribunal Federal (STF) um entendimento de que a venda de estatais pode ser feita sem o aval do Legislativo, desde que se trate de uma subsidiária.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais