Dezembro trouxe uma importante vitória para o governo de Michel Temer. A aprovação da PEC do Teto dos Gastos sinaliza a consolidação da base aliada do governo e apoio ao seu projeto de reformas. Veja quais serão os outros grandes temas na política em 2017.
Reforma da Previdência
Depois da PEC dos Gastos o próximo desafio será aprovar a Reforma da Previdência. O projeto é muito mais polêmico e indigesto, pois afeta mais clara e diretamente a população. A tramitação deverá ser mais longa do que a da PEC dos Gastos e a emenda pode ser aprovada até o fim do primeiro semestre de 2017. Resta acompanhar como se darão as discussões no Congresso e quais as modificações que serão feitas no texto enviado pelo governo. Veja a entrevista do secretário de Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, para o programa Roda Viva, sobre a reforma e a articulação com o Legislativo:
Medidas econômicas
Nos últimos dias o presidente Temer dissipou pessoalmente rumores sobre a substituição do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No entanto, os desafios para superar a crise econômica, o alto desemprego e a fuga de investimentos, continuam. Emergencialmente o governo promete lançar um pequeno pacote de medidas para estimular a retomada do crescimento da economia. Veja uma entrevista de Meirelles, à TV NBR, sobre os próximos passos e desafios do governo no campo econômico:
Eleições 2018
Com o resultado das eleições municipais começa a corrida presidencial para 2018. Mesmo sem a definição dos candidatos é possível perceber a influência do último pleito nas simulações. Em pesquisa do Datafolha, realizada em 7 e 8 de dezembro, o PT, mesmo com a derrota em outubro, lidera o primeiro turno caso o candidato seja o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como reflexo da reação contrária à politica tradicional, Marina Silva (REDE) surge em segundo lugar no 1o turno e vence em todas as disputas simuladas para o segundo turno. O PSDB tem 11% das intenções de voto com Aécio Neves. No entanto, chega em terceiro em todas as simulações do primeiro turno, seja com Geraldo Alckmin ou José Serra como candidatos. É cedo para definir como será a disputa mas a corrida já começou.
Novas lideranças políticas
Em 2017 não há eleições, no entanto será um ano de consolidação das lideranças políticas que ditarão o tom das eleições presidenciais e o ritmo das reformas de Temer. No primeiro semestre grandes partidos como PSDB, PMDB e PT elegerão os novos presidentes das legendas. Serra já declarou apoio à permanência de Aécio Neves na presidência tucana e coloca Alckmin em estado de atenção. Rui Falcão, atual presidente do PT já anunciou que antecipará a escolha do seu substituto. A reformulação é urgente e necessária após a histórica derrota nas eleições.
Além disso haverá eleição para as presidências do Senado e da Câmara. O cenário político atual enfrenta um acúmulo de pautas e uma torrente de denúncias da Lava-Jato e demais investigações do MPF. Tudo potencializa as discussões acerca da sucessão nas duas Casas e o Planalto buscando não interferir para garantir a articulação das reformas. Rodrigo Maia (DEM-RJ) quer ser reconduzido à presidência da Câmara, que assumiu com o afastamento de Eduardo Cunha. A reeleição não é prevista no estatuto e Maia pretende levar à questão à CCJ. Renan Calheiros está privilegiando a agenda do governo e disse que a sua sucessão será discutida apenas em janeiro.