Especial: Para enfrentar Lula, Bolsonaro ou Alckmin


Com Lula na disputa, dois nomes apareciam com maiores possibilidades de ocupar o espaço anti-lula: o do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), e o do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Os erros políticos que Doria tem cometido, no entanto, o levaram a queimar a largada. Dois outros núcleos, além das forças que gravitam em torno de Lula, estão em organização.

O PSDB se debate entre João Doria e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – o favorito –, como candidatos. O mundo político acompanha o debate. Uns reconhecem que a preferência é de Alckmin. Outros veem Doria como alguém que pode capturar o sentimento de renovação da política demandado pela população. Existe a possibilidade de Doria aglutinar um grupo de partidos e lançar seu nome fora do PSDB.

O centro político duvida de uma união em torno do candidato do PSDB; também não sabe se haverá divisão em duas ou três correntes.

Na primeira opção temos o PSDB na cabeça de chapa com, provavelmente, o DEM ou o PMDB ocupando a vice-presidência. Tal opção implica que João Doria ou Geraldo Alckmin aceitem a escolha e que o preterido desista de uma candidatura dissidente.

Embora Alckmin seja um nome com potencial eleitoral, num ambiente de radicalização ele pode encontrar dificuldades para crescer nas pesquisas. Diferentemente de Doria, Alckmin tem um perfil mais adequado a uma conjuntura de moderação. Assim, num cenário polarizado com Lula, há o risco de Alckmin ficar atrás de Bolsonaro, como já vem ocorrendo nas pesquisas pré-eleitorais.

Mas o apoio do ex-presidente Fernando Henrique, que o lançou à Presidência em entrevista ao Blog da Política Brasileira e sua habilidade de negociador de alianças o credenciam a ser escolhido candidato do partido.

Possíveis alianças

No outro campo, uma aliança do PSDB com PMDB ou DEM pode gerar insatisfação em quem sobrar. E quem sobrar pode se aliar com PSD, PP, PR, PRB e/ou PTB e formar uma poderosa coalização.

Quem também aparece como pré-candidato ao Planalto é o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD-SP). Com a economia dando sinais de recuperação, Meirelles pode representar o governo Michel Temer (PMDB). Além de contar com o poder da máquina federal, Meirelles poderia atrair o PMDB e fazer uma aliança competitiva, dada a estrutura e o importante tempo de TV que os dois partidos dispõem.

A fratura do centro político parece ser uma possibilidade preponderante. Em especial pelo clima de beligerância entre setores do PSDB e do governo.

Reinvenção da política e nomes do Judiciário

O outro núcleo é aquele que luta pela renovação política e se debate entre apoiar algo totalmente novo ou aceitar uma fórmula que incorpore um novo nome e uma estrutura partidária antiga. Outra vertente busca ainda a renovação radical por meio do Partido Novo, com nomes totalmente desconectados da política.

Os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto, cotados como opções, ainda não têm filiação partidária. Tanto Barbosa quanto Ayres Britto são alternativas interessantes para composições como vice-presidente, pois ambos vêm do Poder Judiciário, o que é um atributo de imagem importante, dada a relevância que a bandeira do combate à corrupção deve ter na agenda em 2018.

Veja outros artigos desta série especial pré-eleições:

http://blogdapoliticabrasileira.com.br/especial-lula-2018-com-ou-sem/

http://blogdapoliticabrasileira.com.br/sem-lula-pt-marina-ciro/

http://blogdapoliticabrasileira.com.br/bolsonaro-presidente-2018/

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