Mudanças na reforma do IR aumentam a carga tributária, diz CNI

Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Apesar de reconhecer que houve avanço, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) continua se posicionando de forma contrária à reforma do Imposto de Renda. Em nota divulgada nesta quarta-feira (4), a entidade avalia que, mesmo depois das mudanças sugeridas pelo relator, o texto ainda precisa ser aperfeiçoado. O principal problema seria um aumento na carga tributária sobre os investimentos produtivos, que, segundo a CNI, passaria dos atuais 34% para 41,2%.

Na nova versão do projeto, divulgada pelo relator, Celso Sabino (PSDB-PA), na terça-feira (3), o valor do IRPJ terá queda de 7,5 pontos percentuais, logo em 2022. Já a continuidade da redução da alíquota nos anos seguintes ficará condicionada ao aumento na arrecadação do Imposto de Renda, seja de pessoa física ou jurídica. Caso a arrecadação suba mais do que a inflação (aumento real), a taxa cai em 2,5 pontos percentuais em 2023.

Essa condição foi criada como modo de tranquilizar estados e municípios, que estavam preocupados com a queda de arrecadação.

“O aumento de tributação é provocado pela calibragem das alíquotas: 26,5% de IRPJ/CSLL sobre o lucro e 20% de IR-Retido na Fonte. O substitutivo impõe o IR-Retido na Fonte a 20% a partir de 2022, sem redução do IRPJ, que cairá apenas 7,5 pontos percentuais. A redução adicional do IRPJ, que levaria a alíquota de IRPJ/CSLL para 21,5%, é incerta, pois depende do comportamento futuro da arrecadação do Imposto de Renda”, diz a nota da CNI.

“É inaceitável imaginar que o empresário vai fazer um investimento sem saber qual a tributação que ele estará sujeito no futuro. A redução da alíquota do IRPJ para 20% deve ocorrer de forma incondicional independentemente do comportamento da arrecadação futura de imposto de renda”, argumenta o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.


Postagens relacionadas

Projeto propõe desconto no Fies para todos os servidores públicos

Frente Parlamentar do Biodiesel critica inclusão de coprocessados em projeto

Paralisação do Ibama trava projetos de energia, petróleo e mineração. Veja lista

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais