Dois fatores podem mexer na sucessão paulista

Rodrigo Garcia em reunião com João Doria. Foto: Governo do Estado de São Paulo

O destino político do ex-governador Geraldo Alckmin, que deve deixar o PSDB neste mês, migrando para o PSD ou PSB, o anúncio do apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena (Sem partido), de que irá apoiar o governador de São Paulo (SP), João Doria (PSDB), para a Presidência da República, e o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes têm o potencial de mexer no tabuleiro da sucessão no Estado.

Caso Alckmin opte por se filiar ao PSB, ele estará sinalizando que poderá ser o candidato a vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). Se isso ocorrer, a configuração do cenário em SP deve sofrer modificações. Existe a possibilidade, por exemplo, a possibilidade de Alckmin ser o vice de Lula. Nessa composição, o ex-governador Márcio França (PSB) poderia ser o candidato com o apoio do PT. Porém, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) é pré-candidato a governador, assim como Guilherme Boulos (PSOL). Ou seja, essa articulação não será fácil de ser construída.

Sem Geraldo Alckmin concorrendo a governador, quem potencialmente se beneficia é Rodrigo Garcia, que não teria um competidor disputando a mesma fatia do eleitorado que tradicionalmente vota no PSDB em SP.

Porém, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, deve ser o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado. Na pesquisa Ipespe divulgada na semana passada, Tarcísio chegou a ter 13% das intenções de voto em um dos cenários estimulados, empatando tecnicamente com os demais pré-candidatos.

CANDIDATOS CENÁRIO 1 (%) CENÁRIO 2 (%) CENÁRIO 3 (%)
Geraldo Alckmin (PSDB) 23
Fernando Haddad (PT) 19 27
Guilherme Boulos (PSOL) 11 23 13
Márcio França (PSB) 19
Tarcísio Freitas (Sem partido) 8 10 13
Rodrigo Garcia (PSDB) 3 5 6
Nenhum/Branco/Nulo 35 42 41

*Fonte: Ipespe (29/11 a 01/12)

Com a direita tendo um candidato forte, o PSDB precisará flertar com esse campo, já que do centro para a esquerda Alckmin, França, Haddad e Boulos ocupam suas posições. Dentro desse objetivo, o apresentador José Luiz Datena (PSD) poderá ser candidato a senador na chapa de Garcia.

Na semana passada, Datena anunciou que apoiará Doria para presidente e Garcia para governador. Datena afirmou que foi convidado “aceitou participar da chapa deles, disputando um cargo majoritário”.

Vale lembrar que após ser filiar ao PSL, Datena se desfiliou da legenda. Chegou a anunciar seu ingresso no PSD, mas desistiu da filiação. Agora, com o apoio a Doria e Garcia, poderá acabar se filiando ao PSDB. No entanto, o apresentador ainda não definiu seu destino partidário.

Caso se filie ao PSDB e queira disputar o Senado, Datena terá obstáculos internos pela frente. O senador José Serra (PSDB-SP), que renova seu mandato, ainda não decidiu se será candidato. Seu suplente, José Aníbal (PSDB-SP), também poderá concorrer.

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