Em discurso nesta quarta-feira (13), na abertura da sessão conjunta das Trilhas de Sherpas e de Finanças do G20, o presidente Lula elencou os eixos de atuação da presidência do Brasil no grupo. Entre eles, estão o combate às desigualdades, a promoção do desenvolvimento sustentável e a reforma das instituições de governança global.
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Instituições financeiras internacionais
Para Lula, as instituições financeiras internacionais precisam colaborar com os países endividados para promover melhores condições às populações locais.
“Quase metade da população mundial, 3,3 bilhões de pessoas, vive em países que destinam mais recursos para o pagamento dos serviços da dívida do que para a educação ou saúde”, comentou ao defender cortes de sobretaxas, aumento de recursos concessionais e novas fórmulas para reduzir riscos.
No campo do desenvolvimento sustentável, Lula citou a bioeconomia, acesso aos fundos internacionais de preservação ambiental e a transição energética. O desenvolvimento dessa pauta, segundo o presidente, passa pela elaboração de metas nacionais.
“O G20 será essencial para que, na COP 30, em Belém, adotemos contribuições nacionalmente determinadas mais ambiciosas acompanhadas dos meios de implementação adequados”, comentou.
Além de criticar a falta de representatividade em órgãos de governança global, Lula defendeu um fortalecimento das relações Sul-Sul. Além disso, criticou a postura de países desenvolvidos na descarbonização da economia e no protecionismo econômico.
“O G20 é responsável por três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa. Os membros de renda alta do grupo emitem anualmente 12 toneladas de gás carbônico per capita, enquanto os de renda média emitem metade desse volume”, afirmou. “Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental”, alertou Lula.
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Trilha de Sherpas do G20
A Trilha de Sherpas é comandada por emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações e discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho.
O sherpa indicado pelo governo brasileiro é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty. Participaram também do evento o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.