A dificuldade de acesso ao crédito e a carga tributária elevada têm sido desafios para as pequenas indústrias nos últimos dez anos. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta segunda-feira (26), o balanço da pesquisa Panorama da Pequena Indústria de 2013 a 2023, que analisou 40 trimestres. Os pequenos empresários industriais enfrentaram obstáculos no acesso ao crédito, com indicadores abaixo da média histórica tanto para a indústria de transformação quanto para a construção civil.
Em 2016, o Índice de Situação Financeira atingiu o seu ponto mais baixo, refletindo a taxa Selic em 14,25% ao ano. No entanto, a situação melhorou em 2020 com a implementação de programas emergenciais, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC). Nesse sentido, eles contribuíram para amenizar as dificuldades financeiras. Apesar disso, o índice nunca ultrapassou os 50 pontos, evidenciando a persistência das dificuldades de acesso ao crédito.
Carga tributária ao longo da década
Além dos desafios financeiros, as pequenas indústrias enfrentaram questões relacionadas à carga tributária ao longo da década. O que tem impactado nas empresas tributadas pelo Simples Nacional e nas médias indústrias fora desse regime. No final de 2023, os principais problemas mencionados foram a alta carga tributária, demanda interna insuficiente e competição desleal, como a informalidade e o contrabando.
Confiança do Empresário
Apesar dos desafios, há perspectivas otimistas refletidas pelo Índice de Confiança do Empresário (ICEI). Porque ficou acima da linha divisória de 50 pontos em janeiro de 2024. Entretanto, o Índice de Perspectivas da Pequena Indústria permaneceu abaixo dessa marca, indicando cautela dos empresários em investir e contratar. Medidas de apoio às pequenas empresas, como o Novo Brasil Mais Produtivo e o Programa de Apoio à Competitividade das Micros e Pequenas Indústrias (Procompi), podem contribuir para melhorar o cenário. Enquanto o número total de micro e pequenas indústrias continua a crescer, refletindo sua importância na economia nacional.