As direções nacionais de PT, PSB, PCdoB, PDT, PSOL, PCB, UP e Rede construíram uma frente de esquerda para o segundo turno das eleições municipais em São Paulo, Porto Alegre, Vitória, Fortaleza e Belém.
Em São Paulo, os partidos fizeram um ato de apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). Porém, o fato de o ex-governador Márcio França (PSB) resistir a aderir a Boulos no segundo turno, tende a prejudicar a transferência de votos de França para ele.
Em Porto Alegre, também houve prejuízos. Embora PDT, PSOL, Rede, PCB e UP tenham aderido à candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB), apoiada pelo PT desde o primeiro turno, o diretório municipal do PSB recebeu o aval do diretório nacional e fechou com Sebastião Melo (MDB) no segundo turno.
Em Fortaleza, a frente de esquerda estará com José Sarto (PDT) contra Capitão Wagner (PROS). Em Vitória, a esquerda se uniu a João Coser (PT) contra o Delegado Pazzolini (Republicanos). E, em Belém, o PSB, único partido que não apoiava Edmilson Rodrigues (PSOL), anunciou seu apoio no segundo turno.
Em Recife, onde o segundo turno ocorre entre dois nomes de esquerda – João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) –, a reprodução da frente de esquerda ficou prejudicada.
Saiba mais:
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Apesar de representar um avanço em termos de construção política, a decisão de Márcio França de não apoiar Boulos em São Paulo e a determinação do PSB de Porto Alegre de não apoiar Manuela D’Ávila, sugere que a esquerda segue dividida. Dos candidatos em que a frente foi construída, três têm chance de vencer: José Sarto, em Fortaleza; João Coser, em Vitória; e Edmilson Rodrigues, em Belém. Em Recife, Marília Arraes é favorita.
A aliança entre as esquerdas em cinco capitais, em que pesem as defecções em São Paulo e Porto Alegre, indica que o bolsonarismo pode representar um polo unificador do campo progressista. Porém, ao projetarmos 2022, novamente há a possibilidade de as esquerdas estarem divididas. O PDT tem Ciro Gomes como pré-candidato. O PCdoB promete lançar o governador do Maranhão, Flávio Dino. O PSOL sempre costuma lançar candidatura própria, assim como o PT. O PSB, sem um nome nacional desde a morte precoce do ex-governador Eduardo Campos, deve caminhar com Ciro.
*Análise Arko – Esta coluna é dedicada a notas de análise do cenário político produzidas por especialistas da Arko Advice. Tanto as avaliações como as informações exclusivas são enviadas primeiro aos assinantes. www.arkoadvice.com.br