Início » SP: Disputa se acirra após início do horário eleitoral – Por Carlos Eduardo Borenstein

SP: Disputa se acirra após início do horário eleitoral – Por Carlos Eduardo Borenstein

A+A-
Reset

As pesquisas IPEC e Datafolha divulgadas após o início da campanha na TV apontam um acirramento da disputa ao Palácio dos Bandeirantes. Segundo o levantamento do IPEC, a polarização entre o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), que representam, em São Paulo (SP), o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), foram os principais beneficiados. Haddad oscilou positivamente três pontos percentuais, índice que está dentro da margem de erro – 3 pontos para mais ou para menos – e Tarcísio, que cresceu cinco pontos.

O governador de SP e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), apesar de contar com o maior tempo de TV, oscilou positivamente apenas um ponto. A estagnação de Garcia pode ser explicada pelo desgaste do PSDB, que governa o estado desde 1995, assim como pelo crescimento de Tarcísio, que, ancorado no apoio do bolsonarismo, está atraindo o voto antipetista em SP.

CANDIDATOS15/08 (%)30/08 (%)
Fernando Haddad (PT)2932
Tarcísio de Freitas (Republicanos)1217
Rodrigo Garcia (PSDB)910
Elvis Cezar (PDT)21
Vinicius Poit (Novo)21
Outros64
Brancos/Nulos2315
Indecisos1620

*Fonte: IPEC

Após o início do horário eleitoral, cresceu a possibilidade do segundo turno ser disputado entre Haddad e Tarcísio. Porém, Rodrigo Garcia não deve ser considerado fora do jogo, pois temos cerca de 30 dias de campanha pela frente. Além disso, temos 35% de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos) na estimulada e 59% na menção espontânea, o que sugere muitos votos para serem disputados.

A partir do crescimento de Tarcísio de Freitas, é possível que Garcia adote uma campanha negativa contra o ex-ministro, pois eleitores conservadores que até 2018 votaram no PSDB por falta de opção, agora dispõem de uma alternativa no campo da direita.

Outro obstáculo para Garcia é o fato dos ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB) e Márcio França (PSB) serem cabos eleitorais de Haddad, o que também atrai votos para o ex-prefeito.

Segundo o IPEC, num eventual segundo turno na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, a vantagem é de Fernando Haddad. Contra Tarcísio de Freitas, Haddad venceria por 47% a 31%. Brancos, nulos e indecisos somam 22%. Já num embate contra Garcia, Haddad venceria por 45% a 29%. Brancos, nulos e indecisos somam 26%.

Mesmo com a vantagem momentânea de Haddad, o segundo turno deve ser difícil para o ex-prefeito, pois ele possui o maior índice de rejeição (32%). Tarcísio é rejeitado por 14%. E Garcia por apenas 8%.

Apesar do IPEC ter mostrado hoje uma tendência de segundo turno entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, o levantamento do instituto Datafolha indicou que Rodrigo Garcia cresceu a partir de sua exposição no horário eleitoral, o que deve acirrar a disputa com Tarcísio.

De acordo com o Datafolha, Haddad oscilou três pontos para baixo – a variação está dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Tarcísio ganhou cinco pontos e Garcia cresceu quatro.

CANDIDATOS18/08 (%)01/09 (%)
Fernando Haddad (PT)3835
Tarcísio de Freitas (Republicanos)1621
Rodrigo Garcia (PSDB)1115
Elvis Cezar (PDT)11
Vinicius Poit (Novo)11
Outros76
Brancos/Nulos1712
Indecisos1110

*Fonte: Datafolha

 Com isso, a distância de Haddad para seus dois principais concorrentes – Tarcísio e Garcia – se reduziu. Mais do que isso, hoje, Tarcísio e Garcia, que disputam o voto de direita/centro-direita, concentram 36% das intenções de voto, praticamente o mesmo percentual de Haddad (36%).

Nas simulações de segundo turno, Fernando Haddad ainda seria o vitorioso. No entanto, assim como nas simulações de primeiro turno, a vantagem em relação a Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia caiu.

Num embate contra Tarcísio, Haddad venceria por uma vantagem de 15 pontos. No entanto, essa distância era maior na sondagem anterior (22 pontos).

CANDIDATOS18/08 (%)01/09 (%)
Fernando Haddad (PT)5351
Tarcísio de Freitas (Republicanos)3136
Brancos/Nulos129
Indecisos43

*Fonte: Datafolha

Contra Garcia, a vantagem de Haddad, que era de 19 pontos percentuais no levantamento anterior, caiu para apenas 10 pontos.

CANDIDATOS18/08 (%)01/09 (%)
Fernando Haddad (PT)5148
Rodrigo Garcia (PSDB)3238
Brancos/Nulos1411
Indecisos43

*Fonte: Datafolha

 No segundo turno, o grande desafio de Haddad é seu índice de rejeição (36%), a mais elevada entre os candidatos. Tarcísio é rejeitado por 24%, e Garcia por apenas 16%.

Márcio França segue favorito ao Senado, mas Marcos Pontes cresce

O ex-governador Márcio França (PSB) cresceu cinco pontos percentuais após o início do horário eleitoral gratuito e segue como o favorito na eleição ao Senado. No entanto, o ex-ministro Marcos Pontes (PL), beneficiado pela associação com o presidente Jair Bolsonaro (PL), cresceu sete pontos e aparece na segunda colocação. Apesar do crescimento de Pontes, França ainda tem uma folgada vantagem: 13 pontos.

CANDIDATOS15/08 (%)30/08 (%)
Márcio França (PSB)2025
Marcos Pontes (PL)512
Janaína Paschoal (PRTB)56
Aldo Rebelo (PDT)33
Edson Aparecido (MDB)22
Outros1210
Brancos/Nulos1815
Indecisos2328

*Fonte: IPEC

Apesar da existência de 43% de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos”), joga a favor de Márcio França (PSB) a divisão da direita em duas candidaturas – Marcos Pontes e a deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB).

Embora o ex-ministro Aldo Rebelo (PDT), nome histórico da esquerda, seja candidato, França se beneficia por ter o apoio de Lula e Geraldo Alckmin. Outra vantagem para Márcio França é a falta de uma candidatura de centro competitiva.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais