A candidata do MDB, que ficou em terceiro lugar na votação de domingo, conseguindo quase cinco milhões de votos, Simone Tebet concedeu entrevistas exclusivas a vários órgãos de imprensa ontem, quinta-feira, fazendo um balanço sobre o desempenho de Lula, candidato do PT.
Segundo a senadora de Mato Grosso do Sul, o ex-presidente cometeu um “erro fatal”, que custou a vitória no primeiro turno: não ter detalhado seu plano de governo e ter apenas focado seus feitos do passado.
“O erro fatal, a meu ver, que fez com que o candidato Lula não ganhasse no primeiro turno foi a incapacidade de perceber que só faltava um detalhe. O eleitor sabe o que foi o governo do PT, com os seus avanços e com os seus defeitos. Mas estava esperando uma fala, não do programa de televisão, mas nos debates, nos palanques, uma fala do Brasil do futuro”, disse,
Após o ex-presidente Lula dar aval às propostas apresentadas por ela, Simone Tebet participa nesta sexta-feira, à tarde, de ato público com o petista, em São Paulo. O encontro permitirá a foto dos dois juntos, vista pela coordenação da campanha de Lula como principal trunfo eleitoral neste começo de segundo turno.
Lula havia já havia afirmado que as propostas de Tebet são “totalmente possíveis de serem cumpridas”. “Ela me mostrou as propostas hoje e as reivindicações são totalmente possíveis de serem cumpridas no nosso programa, então está tudo resolvido e eu quero que a Simone viaje comigo”, afirmou.
Antecipar nomes seria loucura
Lula disse ontem que pretende definir seus ministros apenas depois da definição do resultado do 2º turno, caso seja eleito. Mas, ele indica que almeja uma composição não só com integrantes do PT ou de partidos aliados, e também com “gente de fora”.
A sinalização ocorre quando empresários e representantes do mercado cobram do PT mais detalhes nas propostas para a agenda econômica, assim como um nome para comandar o Ministério da Fazenda, que deve ser desmembrado do atual Ministério da Economia.
Lula elogiou a adesão à sua campanha de economistas que trabalharam com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Temer e Sarney. “Essas pessoas sabem que eu sou a garantia do exercício democrático desse país e que o meu adversário não é”, disse. Mas sobre quem pretende indicar para ministro desconversou, dizendo que seria “loucura” fazer isso antes do fim das eleições.
Lula reforçou ser contra o teto de gastos e disse que a “responsabilidade fiscal não tem que estar na lei, mas na responsabilidade do dirigente”. “Todo mundo sabe que não pode gastar mais do que recebe, mas todo mundo sabe que se você tiver que fazer dívida para construir um ativo novo você pode fazer, porque esse próprio ativo se paga”.