No primeiro debate da campanha pelo segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) recorreram às acusações mútuas e chamaram um ao outro de mentiroso.
O debate foi feito na noite de ontem, domingo, promovido pelo jornal Folha, o UOL, e as TVs Band e Cultura. Lula reforçou mensagens para atacar incompetência do rival e má gestão na pandemia de Covid-19 e na economia.
De sua parte, Bolsonaro insistiu na estratégia de vincular o petista à corrupção. O ex-presidente repetiu críticas à Operação Lava- Jato, que o levou à prisão — suas condenações foram depois anuladas.
Ao discorrer sobre corrupção, Bolsonaro recebeu ajuda nos intervalos do ex-juiz Sergio Moro (União), que acompanhava a equipe. O senador eleito pelo Paraná e ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, com quem estava rompido, municiou o presidente com dados.
A estratégia detonada pelo PT horas antes do evento, de vincular Bolsonaro a pedofilia, foi diluída no debate, depois que o TSE impediu a campanha petista de continuar fazendo a associação. Apesar das falas duras, o clima foi no geral moderado, com ambos mantendo o tom de voz baixo.
Os dois candidatos comprometeram-se a não alterar o número de integrantes do STF, atualmente com onze ministros, mas que poderá ter quinze. Na questão feita sobre a relação entre os Poderes durante o debate de ontem, Lula foi o primeiro a responder.
Disse que o aumento de cadeiras no STF ocorreu durante a ditadura. Bolsonaro afirmou que há uma proposta em tramitação para mudar o número de ministros, cuja autoria é da deputada Luiza Erundina (SP), que foi do PT e hoje é do PSOL.
Remoção de vídeo
Neste domingo (16), o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, determinou a remoção, por parte da campanha do ex-presidente Lula (PT), de vídeos em que a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que “pintou um clima” entre ele e adolescentes venezuelanas é associada à pedofilia.
Alexandre de Moraes também determinou que a campanha de Lula deve se abster de “promover novas manifestações” imputando a Bolsonaro declarações pedófilas, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
O ministrou mencionou publicação feita pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), citando que o conteúdo veiculado por ela “descola-se da realidade, por meio de inverdades, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente” contra o candidato do PL.