A economia registrou crescimento de 1,1% no segundo trimestre do ano (abril, maio junho) em comparação ao primeiro e 0,1% em junho comparado a maio, considerando-se dados com ajuste sazonal.
Os dados são do Monitor do PIB, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O dado é superior à previsão do Banco Central, que estimou uma expansão de 0,57% na economia brasileira de abril a junho na comparação com os três meses anteriores.
Os dados oficiais sobre o PIB serão divulgados no dia 1º de setembro pelo IBGE. “O crescimento de 1,1% do PIB no 2º trimestre é reflexo do desempenho positivo das três grandes atividades econômicas, embora seja esperada redução do ritmo da atividade econômica no segundo semestre devido aos juros que estão em patamares elevados, e a despeito da expectativa de redução do ritmo inflacionário”, diz Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.
Pela ótica da demanda, a alta foi puxada pelo consumo das famílias e pelos investimentos (formação bruta de capital fixo). A coordenadora da pesquisa aponta que houve efeitos positivos dos estímulos econômicos, como a liberação dos saques de até R$ 1 mil do FGTS e a redução dos preços de alguns produtos considerados essenciais.
O consumo das famílias cresceu 1,8% no segundo trimestre, comparado ao primeiro e 0,3% em junho frente a maio. Na comparação interanual cresceu 4,3% no segundo trimestre.
Nesta comparação, todos os componentes do consumo cresceram, a exceção do consumo de bens duráveis, o que seria esperado tendo em vista o nível elevado dos juros. Entre os que cresceram, o maior destaque continua sendo o consumo de serviços.
A formação bruta de capital fixo (FBCF) apresentou crescimento de 4,0% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e de 1,3% em junho, frente a maio. Na comparação interanual cresceu 0,3% no segundo trimestre.
O componente de máquinas e equipamentos foi o único a apresentar queda nesta comparação (-3,7%), porém a uma taxa menor do que as quedas observadas nos meses anteriores.
A exportação de bens e serviços apresentou retração de 2,4% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro e crescimento de 7,8% em junho, frente a maio. Na análise interanual, a exportação retraiu 4,6% no segundo trimestre.
Pelo segundo mês consecutivo, as quedas na exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral tiveram papel importante no desempenho negativo da exportação.