Personagens da semana: Cunha cai primeiro

Em mais uma semana de grande agitação em Brasília, o Supremo suspendeu o mandato do deputado Eduardo Cunha e o Senado aprovou o relatório da Comissão do Impeachment da presidente Dilma Rousseff a favor de seu afastamento. Dois fatos que viram a política de cabeça para baixo e têm forte impacto sobre o futuro do país.

Henrique Meirelles

Defende a adoção de metas fiscais realistas e colocar a trajetória da dívida pública em patamares sustentáveis

A uma semana de assumir o comando do Ministério da Fazenda, Meirelles já fala como titular da pasta. Em entrevista para a TV Globo, passou sua mensagem. “Metas realistas, críveis e que sejam cumpridas. Isso é que é muito importante. Todos, cada vez mais, precisam ficar confiantes de que o que é sinalizado, o que é declarado como um objetivo ou uma meta, é cumprido”, disse. Meirelles esteve no Congresso Nacional na semana passada para conversar com os parlamentares. Ele já está negociando algumas matérias que estão pendentes de análise do Legislativo e outras que serão encaminhadas.

Teori Zavascki

Relator da Lava-Jato tira Eduardo Cunha de circulação e sinaliza que chegou a vez dos políticos

Recebeu apoio unânime do plenário do Supremo à sua decisão de suspender o mandato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de usar suas prerrogativas em benefício próprio. O ministro reagiu à pressão da opinião pública pela punição do deputado, numa semana em que o tribunal já havia pedido que importantes políticos do PT, PMDB e PSDB fossem investigados. O procedimento foi excepcional, aplicado apenas a esse caso específico, e considerado polêmico por juristas. Muitos acham que o STF extrapolou, mesmo admitindo que Cunha havia passado dos limites e dificilmente escpará de uma condenação.

Dilma Rousseff

Prestes a ser afastada do cargo, presidente comemora decisão contra Cunha e promete reagir até o fim

Apesar de considerar tardia, a presidente Dilma comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal de afastar Eduardo Cunha do mandato de deputado e consequentemente da presidência da Câmara. Mas não demonstrou entusiasmo com alguma possibilidade de reviravolta no processo impeachment. Prestes a ser afastada do cargo pelo Senado, ela reafirmou que não renuncia e prometeu lutar para ganhar na decisão final. Dilma pretende descer a rampa principal ao lado de apoiadores e montar um bunker no Palácio do Alvorada para resistir ao processo. Porém, aliados em torno dela já não nutrem mais esperanças.

Eduardo Cunha

Presidente da Câmara é afastado de seu mandato e sua situação se agrava no Conselho de Ética

Após inúmeras manobras para postergar por meses o processo de sua cassação, o deputado peemedebista viu-se finalmente diante de um grande revés: após decisão unânime e inédita do STF, Cunha foi afastado, por tempo indeterminado, de suas atividades parlamentares e da presidência da Câmara. Apesar de estar numa situação delicada, o deputado carioca, que também é réu na Lava-Jato, ainda articula para manter-se no cargo e já afirmou que vai recorrer da decisão do Supremo. Para defender-se, Cunha, que sob risco de cassação pelo Conselho de Ética da Câmara, afirmou ser alvo de perseguição política.

Waldir Maranhão

Assumiu a presidência da Câmara na quinta-feira (05) após o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Vice-presidente da Casa no exercício da presidência e um dos principais aliados de Cunha. Está no terceiro mandato. Em 2006, elegeu-se pelo PSB. E nas eleições seguintes (2010 e 2014) foi reeleito para o cargo pelo PP. Waldir Maranhão é investigado na Operação Lava-Jato. Segundo o depoimento do doleiro Alberto Youssef em sua delação premiada, Maranhão fazia parte de um grupo do PP que recebia repasses mensais entre R$ 30 mil e R$ 150 mil da “cota” da legenda no esquema de corrupção da Petrobras. Se os ministros do STF entenderem que há provas suficientes, ele pode virar réu na Lava-Jato.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais