No fim da história, não deu zika


 

Os Jogos Olímpicos estão chegando ao fim, e com exceção de alguns contratempos, pode-se afirmar que o evento foi um sucesso. Da mesma maneira como na Copa do Mundo, em 2014, os pessimistas apostaram no fracasso. Exceto os 7 a 1 da Alemanha contra o Brasil, tudo deu certo no fim.

Previsões catastróficas sobre a incapacidade do país para sediar um evento de grande magnitude e as críticas do Comitê Olímpico Internacional (COI) aos organizadores durante as fases preliminares foram pouco a pouco ofuscados pelo brilho da magnífica pira olímpica, pelo sol do Rio de Janeiro e pelo carisma do povo brasileiro.

O temor não era infundado, visto que o país enfrenta uma pesada crise econômica e política. A maneira travada com a qual o poder público lida com licitações, empreitadas e prazos justificava preocupações até aos mais otimistas. Mas no esporte, quando um lance espetacular acontece, seja gol, cesta ou chegada cravada, observou-se um replay do que aconteceu em 2014.

Um ano antes da Copa houve protestos nas ruas e a hashtag #nãovaitercopa ficou em alta nos trending topics das redes sociais. Em 2015 e 2016 também aconteceram protestos, agravados por dúvidas com relação ao futuro político e econômico do país. Mas a hashtag #nãovaiterolimpíadas não emplacou.

Uma boa hipótese para explicar a gangorra de sentimentos, como aprendemos na Copa, é que, mesmo com a torcida contra, o Brasil dá conta, supera as dificuldades, resolve os problemas no caminho e finaliza tudo em grande estilo.

A Baía de Guanabara não foi despoluída, mas não houve nenhum incidente grave por causa disso. O assalto ao nadador americano Ryan Lochte e três colegas em área nobre do Rio e os furtos na Vila Olímpica, como ocorreu com membros da delegação búlgara, não se sobrepuseram ao clima de encantamento com a cidade, o povo brasileiro e a beleza natural do Rio.

Aliás, conforme a polícia descobriu e a mídia estrangeira divulgou, Ryan Lochte e sua turma não foram vítimas, mas vilões – fizeram uma arruaça num posto de gasolina, onde quebraram um banheiro.

Várias iniciativas positivas foram inspiradas pela Olimpíada. A revitalização de locais degradados, como a área portuária, encantou os turistas e podem representar um legado para a população carioca quando os jogos acabarem, caso as concessionárias mantenham sua parte contratual.

Sendo 2016 ano de eleições municipais, é possível que o brilho e o encantamento dos Jogos Olímpicos se estendam até fins de outubro, como parte da campanha de Eduardo Paes para emplacar seu candidato à prefeitura do Rio, Pedro Paulo.

O evento termina domingo (22) mas as medalhas, os grandes campeões que desfilaram seu talento nas arenas e as incríveis imagens da primeira Olimpíada da América do Sul são o que vão ficar na memória por gerações.

 

 

 

 

 

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais