CNT/MDA mostra que sucessão de 2018 está indefinida


A pesquisa CNT/MDA sobre a sucessão presidencial de 2018 mostra um cenário de elevada indefinição.

  1. Embora apareça na liderança nas simulações de primeiro turno, Lula (PT) encontra dificuldades para romper a barreira de 1/3 dos votos, o que dificulta sua chance de vitória num eventual segundo turno (conforme veremos, Lula, na melhor das hipóteses, aparece tecnicamente empatado com seus adversários no segundo turno);
  2. Aécio Neves (PSDB), mesmo tendo perdido capital político, ainda é o nome mais forte de seu partido. Porém, hoje aparece tecnicamente empatado com Marina Silva (REDE) nas simulações de primeiro e segundo turno. Quando Geraldo Alckmin aparece como candidato tucano, Marina fica em segundo lugar.
  3. Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSC) tem índices interessantes dada a distância em relação ao pleito. Porém, o perfil dessas duas candidaturas tende a encontrar dificuldades para ampliar seu potencial eleitoral.
  4. Michel Temer (PMDB) embora apareça abaixo dos principais atores no primeiro turno, é uma alternativa que pode se fortalecer, principalmente se chegar em 2018 com seu governo sendo minimamente bem avaliado.
  5. Apesar de hoje um eventual segundo turno ser favorável a Marina por conta de seu perfil e pelo recall que possui, a disputa presidencial de 2018 está em aberto. Prova disso é o elevado índices de brancos, nulos e indecisos nas simulações.

1O TURNO: Lula lidera; Aécio e Marina disputam vaga no 2o turno

Foram realizadas duas simulações de 1o turno. No cenário 1, o ex-presidente Lula (PT) aparece em primeiro lugar. O senador Aécio Neves (PSDB) está tecnicamente empatado com a ex-senadora Marina Silva (REDE) na segunda colocação. Atrás deles, há um empate técnico entre o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC). O chamado “não voto” (brancos, nulos e indecisos) é elevado: 30,1%. Ou seja, um terço do eleitorado.

No cenário 2, Lula aparece na liderança com um índice muito similar ao da simulação anterior. A novidade está no segundo colocado. Com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aparecendo como candidato do PSDB, quem fica atrás de Lula é Marina Silva. Novamente, Temer, Ciro e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados. O índice de brancos, nulos e indecisos também é alto nesse cenário: 32,8%.

As simulações de um eventual segundo turno na eleição presidencial de 2018 mostram um cenário de grande indefinição e sem favoritos. Conforme podemos ver na tabela abaixo, hoje Aécio Neves (PSDB) e Lula (PT) estariam tecnicamente empatados considerando o limite da margem de erro (2,2 pontos percentuais para mais ou para menos). Nota-se que há muitos votos em disputa, pois o chamado “não voto” contabiliza 35,8% Vale registrar que na comparação com a sondagem de fevereiro, Aécio perdeu 6,3 pontos. Lula, embora tenha oscilado positivamente 2,4 pontos, ficou praticamente dentro da margem de erro.

O declínio eleitoral de Aécio Neves nas simulações de segundo turno faz ele aparecer tecnicamente empatado num eventual segundo turno contra Marina Silva (REDE), que também oscilou positivamente dentro da margem de erro. Brancos, nulos e indecisos seguem com elevado percentual (42,3%).

Na simulação entre Marina x Lula, a ex-senadora, mesmo tendo oscilado negativamente, ainda venceria o ex-presidente num eventual segundo turno. Brancos, nulos e indecisos somam 36,1%.

Michel Temer está no jogo

Embora nas simulações de primeiro turno não apareça nas primeiras posições, hoje o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), aparece com índices interessantes nas simulações de segundo turno considerando o recall dos demais oponentes.

Conforme podemos ver na tabela abaixo, Temer teria hoje praticamente a metade da intenção de voto de Aécio, que teve toda a visibilidade de ter disputado a última eleição presidencial (2014).

Outro dado importante para Michel Temer é que ele aparece tecnicamente empatado com Lula (ver tabela abaixo), um dos principais expoentes da política brasileira desde o início da década de 90.

Mesmo que Temer esteja cerca de 13 pontos percentuais atrás de Marina, o índice do presidente em exercício é bastante relevante se levarmos em conta que a ex-senadora disputou as últimas duas eleições presidenciais.

Vista de hoje, a eleição presidencial de 2018 tem a imprevisibilidade como sua principal marca. Lula, mesmo desgastado, tem potencial para chegar ao segundo turno. Mas será que o ex-presidente resistirá a Lava Jato até lá? E caso resista, Lula vai querer ser candidato?

No PSDB, Aécio Neves é um nome importante, mas também perde potencial eleitoral. Marina Silva é quem se beneficia, mas está um pouco distante de holofotes.

Ciro Gomes e Jair Bolsonaro serão figuras importantes nesse embate.

E Michel Temer também passa a despontar como alternativa em meio a um elevado percentual do eleitorado com intenção de votar em branco e nulo.

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