Aperta-se o cerco contra a Venezuela e regime pode cair

O regime chavista está próximo de sua queda. Muito mais próximo do que acredita o próprio presidente Nicolás Maduro. O mesmo que para José Pepe Mújica, ícone da esquerda latino-americana, “está louco feito uma cabra”. E sem trocadilho, não cairá de maduro, mas de podre. O líder chavista não entendeu ainda ou prefere ignorar todos os sinais de mudanças que a região vem experimentando.

Manter a retórica contra o imperialismo não vai reverter o quadro. Radicalizar o discurso, tampouco. Buscar o diálogo pode representar apenas um prêmio de consolo na atual conjuntura.

Desde a eleição de Mauricio Macri na Argentina, passando pelas legislativas na Venezuela que guindou a oposição ao comando da Assembleia Nacional, e chagando ao referendo constitucional na Bolívia que pôs freio nas intenções ilimitadas de Evo Morales, a região vem lidando com mudanças significativas. O impeachment de Dilma Rousseff coroou este processo que ainda pode respingar no Equador.

Recentemente, a oposição conseguiu cerca de 1,8 milhão de assinaturas para realizar um referendo revocatório do mandato de Maduro. Eram necessárias 196 mil ou 1% do total de eleitores aptos a votar, segundo o Conselho Nacional Eleitoral.

Ato seguido, três episódios ferem de morte o regime: a convocação do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) com a possível invocação da Carta Democrática Interamericana; a reunião de chanceleres do MERCOSUL para a próxima semana e que poderá resultar na aplicação da Cláusula Democrática do bloco; e as manifestações públicas dos ministros de Relações Exteriores da Argentina, Chile e Uruguai, de apoio ao referendo que pode pôr fim ao mandato de Maduro na Venezuela.

Os sinais são claros e o isolamento venezuelano cada vez maior. As tentativas de diálogo entre governo e oposição, iniciadas nesta semana no balneário de Punta Cana, na República Dominicana, podem ser simplesmente abandonados dada a tendência de falência múltiplas dos órgãos de um governo marcadamente corrupto e autoritário.

A Venezuela sempre se escorou nos conselhos vindos de Havana e no suporte ideológico e financeiro garantido pela Argentina dos Kirchner e pelo Brasil do PT, Lula, Dilma e o MST. Quebrado este eixo com as mudanças nos dois principais países da região, Caracas está à mercê dos mecanismos regionais de concertação política.

Com a economia em frangalhos, fuga de investimentos, escassez de produtos básicos e até o cancelamento de operações de empresas estrangeiras no país, a queda pode tornar-se uma mera questão de tempo.

Postagens relacionadas

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Institutos de pesquisa confrontam os likes do Twitter de Bolsonaro

Possível liberação do aborto de fetos com microcefalia pelo STF é criticada na CAS

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais