Rumo assina aditivo contratual e prevê início de obras

Foto: Divulgação

A Rumo assinou com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), na quarta-feira, o aditivo que prevê a prorrogação antecipada do contrato da ferrovia da Malha Paulista. Foram quase cinco anos de um processo marcado por questionamentos e duas negociações entre o governo, a concessionária e o Tribunal de Contas da União (TCU).

O Diário Oficial publicou na quinta-feira o ato da renovação, que dá à Rumo, empresa de logística do Grupo Cosan, mais 30 anos de operação na Malha. A ferrovia corta Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo e interliga o principal terminal intermodal do país, em Rondonópolis (MT), ao porto de Santos (SP), um trajeto de 1,4 mil quilômetros.

Em troca, a Rumo investirá R$ 6,1 bilhões em intervenções na ferrovia, com a construção de viadutos, passarelas, contornos e desvios de trilhos, a fim de minimizar conflitos com áreas urbanas de 40 municípios. A concessionária também deverá pagar R$ 2,9 bilhões em outorgas ao governo federal (ver nota a seguir).

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, observou que, por se tratar de uma ferrovia tronco, o governo quer dotar a Malha Paulista de condições para que outros operadores possam circular por ela com seus trens, aumentando a competição e reduzindo custos no transporte.

O presidente da empresa, João Alberto Fernandez de Abreu, disse que os investimentos começarão imediatamente e indicou: “O foco agora será estender nossa própria ferrovia em direção à carga. Temos de nos preparar para atender um estado como Mato Grosso, que até 2030 deve produzir 120 milhões de toneladas.”

O projeto da Rumo é fazer seus trilhos chegarem a Lucas do Rio Verde (MT) a partir de Rondonópolis, uma extensão de 600 quilômetros. Em um webinar realizado pelo ministério um dia após a assinatura do aditivo, o assunto foi abordado com o ministro. A concessionária informou que já iniciou contatos com o Ibama para tratar da questão ambiental, embora o traçado dessa extensão ainda não esteja definido.

Futuramente, a ferrovia poderia se encontrar com a Ferrogrão, projeto ferroviário em elaboração que pretende conectar Sinop (MT) ao porto de Miritituba, no rio Tapajós (PA). Durante o webinar, a diretoria da Rumo afirmou que a empresa tem caixa para iniciar os investimentos e que haverá encomendas para as indústrias que integram o sistema ferroviário.

Postagens relacionadas

Concessões e PPPs serão prioridade no novo PAC, diz ministro

Grupo de Trabalho vai avaliar regras de publicidade em plataformas de mídias digitais

Mudanças no marco do saneamento, em estudo, vão favorecer empresas estatais dos estados

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais