A figura de uma candidata que vai trazer mudanças, em meio a um desgaste do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), já tem dado resultados positivos para Manuela D´Ávila (PCdoB) na corrida pela prefeitura de Porto Alegre (RS). De acordo com a última pesquisa eleitoral do Ibope, a candidata aparece na frente, com 24% das intenções de voto.
Em segundo lugar aparece José Fortunati (PTB), com 14%, tecnicamente empatado com o deputado estadual Sebastião Melo (MDB) e Marchezan. Contudo, o resultado das urnas ainda não está definido. É o que explica o analista político da Arko Advice, Carlos Eduardo Borenstein, que acompanha as eleições na capital gaúcha.
Confira a análise completa na entrevista:
Como está disputa pela Prefeitura de Porto Alegre?
Dos 13 candidatos que disputam o cargo, quatro são competitivos. A ex-deputada Manuela D´Ávila (PCdoB), o ex-prefeito José Fortunati (PTB), o deputado estadual Sebastião Melo (MDB), e o prefeito e candidato à reeleição, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). O vice-prefeito Gustavo Paim (PP), rompido com Marchezan, e o vereador Valter Nagelstein (PP) correm por fora tentando surpreender.
Quem é o favorito(a)?
Ainda é cedo para cravar um favorito. No entanto, Manuela, ao contrário de disputas anteriores (2008 e 2012), quando ficou em terceiro lugar, terá o apoio do PT – além do recall de ter concorrido à vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT) em 2018, o que são pontos positivos numa campanha curta. Outro ponto forte de Manuela é sua campanha digital. Ela possui mais de quatro milhões de seguidores – mais que todos os demais candidatos somados – além de um forte engajamento nas redes. Com isso, Manuela deve estar no segundo turno, já que representa a mudança num cenário de desgaste do prefeito Marchezan e tem maior densidade eleitoral que outras opções do campo da esquerda como Juliana Brizola (PDT) e Fernanda Melchionna (PSOL).
Quem é o principal adversário de Manuela?
Três nomes disputam esta condição: José Fortunati, Sebastião Melo e Nelson Marchezan Júnior. Trata-se de uma disputa bastante acirrada. Enfrentando um processo de impeachment na Câmara Municipal, Marchezan, que tem uma administração mal avaliada, terá que superar obstáculos para chegar ao segundo turno. Fortunati e Melo, que foram prefeito e vice de 2012 a 2016, tem desafio que convencer o eleitor que podem ser uma alternativa a Manuela e Marchezan, pois carregam o desgaste de terem governado Porto Alegre por 12 anos.
O apoio do presidente Jair Bolsonaro terá peso na capital gaúcha?
Ser o candidato de Bolsonaro pode ajudar a chegar ao segundo turno, já que o presidente, segundo pesquisa Ibope, é aprovado por 26% dos porto-alegrenses. Porém, quem se associar a Bolsonaro, carregará também consigo sua rejeição, que é de 50% entre os porto-alegrenses. Ou seja, trata-se de um dilema estratégico que as campanhas de centro-direita precisarão lidar em Porto Alegre.
*Análise Arko – Esta coluna é dedicada a notas de análise do cenário político produzidas por especialistas da Arko Advice. Tanto as avaliações como as informações exclusivas são enviadas primeiro aos assinantes. www.arkoadvice.com.br