Os senadores membros da CPI da Pandemia fecharam acordo para os principais cargos da comissão. A posição de presidente ficará com o senador Omar Aziz (PSD-AM), nome visto como independente e costurado como uma opção mais neutra. O governo resistia à escolha de um parlamentar da oposição para guiar a comissão. Um dos principais cotados era Randolfe Rodrigues (REDE-AP), líder da oposição, justamente por ter proposto a CPI da Covid. Pelo acordo, Randolfe ocupará o cargo de vice-presidente.
Na quinta-feira (15), o senador havia afirmado que, apesar de ser candidato natural à presidência, aceitaria qualquer cargo.
“Eu estou disposto a qualquer serviço. Para ser presidente, para ser vice-presidente, para ser relator, para ser apenas membro. Seja para digitar os depoimentos lá, eu estou disposto a qualquer serviço”, disse.
Cabe ao presidente da CPI guiar o funcionamento da comissão e colocar em votação os requerimentos que serão apresentados. Apesar de, regimentalmente, ser necessária uma eleição para a escolha do presidente, a definição costuma ser feita por acordo.
Já a posição de relator deve ficar com o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Com o acordo, o governo conseguiu evitar que um senador da oposição estivesse à frente da comissão, o que poderia intensificar o foco da investigação no Executivo federal.
Amazonense na presidência da CPI
Omar Aziz representa o estado do Amazonas – um dos que mais sofreram com a falta de insumos e medicamentos para o tratamento de vítimas da Covid. A escolha reforça a intenção de que a CPI investigue o uso de verba federal pelos estados e municípios. Ainda há certa divergência se a CPI pode, legalmente, convocar governadores e prefeitos, mas senadores já defendem a convocação de, ao menos, secretários de saúde.