No domingo (10), o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições para o fim de junho. O anúncio aconteceu devido ao resultado expressivo que a extrema direita alcançou na votação para a formação do Parlamento Europeu.
Previamente, a expectativa já era de inclinação do parlamento europeu à direita. A União Europeia, que conta com 450 milhões de cidadãos, enfrenta desafios como Rússia hostil, o aumento da rivalidade industrial entre China e EUA, combate às mudanças climáticas e políticas de imigração. A posição protecionista da França em relação ao acordo comercial da União Europeia (UE) com o Mercosul se deve em parte às demandas do eleitorado identificado com a direita.
Conforme a formação de uma maioria de extrema direita para a o parlamento europeu se consolidava, Macron realizou seu pronunciamento. De acordo com o mandatário, o Executivo não poderia observar esse movimento político “como se nada tivesse acontecido”.
— A ascensão dos nacionalistas, dos demagogos, é um perigo para a nossa nação, mas também para a nossa Europa, para o lugar da França na Europa e no mundo.
Macron convoca eleições
Assim, Macron destituiu todos os deputados atuais, que ficariam até 2027. As eleições recém-convocadas estão previstas para o dia 30 de junho, com possibilidade de segundo turno em 7 de julho.
Ainda em seu recado à população, Macron disse defender a democracia e respeitar o artigo 12 da Constituição da França ao dissolver o parlamento. O presidente citou o trecho do documento que trata da dissolução da Assembleia Nacional mediante consulta ao primeiro-ministro.
No entanto, a manobra de Macron gera o risco de fortalecer ainda mais a oposição. Ao convocar novas eleições sob crescente desaprovação, a população pode eleger mais representantes do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional. Assim, Marine Le Pen ou Jordan Bardella podem chegar aos cargos de primeira ou primeiro-ministro.
Com informações de Agência Brasil