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Lira é eleito presidente da Câmara e deflagra conflito com a oposição

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Na noite de segunda-feira (02), a Câmara dos Deputados elegeu o deputado Arthur Lira (PP-AL) como presidente da Casa, com 302 votos. Lira era o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro e foi escolhido em primeiro turno, com o apoio de 11 partidos.

A disputa foi movimentada na Câmara, com bate-bocas e acusações no decorrer de todo o dia.

Em seu primeiro ato como presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) deflagrou um conflito com os partidos da oposição. Lira decidiu anular a decisão de Rodrigo Maia (DEM-RJ) que aceitou o bloco de 10 partidos formado por Baleia Rossi (MDB-SP), rival do pepista na disputa. Os partidos prejudicados prometem levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal.

O bloco dava direito aos partidos de oposição a espaços na Mesa Diretora. Na divisão anterior, a primeira secretaria ficaria com Marília Arraes (PT-PE), a segunda secretaria com Rose Modesto (PSDB-MS) e a quarta com Joenia Wapichana (Rede-RR).

Lira argumenta que a inclusão de partidos no bloco aconteceu depois do prazo estipulado, portanto não é válida. O atraso foi de seis minutos. Os partidos aliados de Baleia dizem que o problema ocorreu devido a uma falha no sistema da Câmara.

“Não houve problema no sistema, nós temos uma certidão. Eles perderam o prazo. O prazo era meio-dia, e Rodrigo Maia está deferindo o PT no bloco do outro candidato, um bloco que não existe”, defendeu o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP).

“Se não bastasse o aliciamento que o governo Bolsonaro fez tentando levar parlamentares para o outro lado, agora querem ganhar no tapetão”, rebateu o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).

Sem a composição, somente o PT deve manter o direito a um espaço na Mesa, por ser a maior bancada.

Em resposta, os 10 partidos aliados de Baleia devem recorrer ao STF para questionar o primeiro ato do presidente. “A eleição é una: não se pode aceitar só a parte que interessa. Ao assim agir, afrontando as regras mais básicas de uma eleição – não mudar suas regras após a sua realização -, o referido deputado coloca em sério risco a governabilidade da Casa”, diz a nota divulgada pelo grupo.

O plano de Lira é divulgar ainda na manhã desta segunda (2) como será a nova distribuição de cargos para que a eleição seja feita pela tarde.

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