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Fiocruz: 94% dos yanomanis estão contaminados por mercúrio

A inciativa lança luz sobre os efeitos do garimpo ilegal de ouro nas regiões yanomamis

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Nesta quinta-feira (4), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que a contaminação por mercúrio está impactando 94% da população indígena de nove aldeias yanomamis localizadas em Roraima. Os resultados foram obtidos a partir da análise de 287 amostras de cabelo coletadas em outubro de 2022. A inciativa lança luz sobre os efeitos do garimpo ilegal de ouro na região. Além disso, ressalta uma situação preocupante para as comunidades afetadas.

Fiocruz: 94% dos yanomanis estão contaminados por mercúrioAs análises de cabelos envolvem diferentes faixas etárias, revelando que em 84% delas os níveis de mercúrio ultrapassaram 2,0 microgramas por grama de cabelo (µg/g), o que requer notificação obrigatória no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Além disso, em 10,8% das análises, os níveis excederam 6,0 µg/g. Esses resultados indicam a urgência de medidas especiais para proteger essa população vulnerável, principalmente os indígenas que vivem em áreas próximas aos garimpos ilegais.

De acordo com o pesquisador da Fiocruz Paulo Basta, o mercúrio é considerado um contaminante químico sem qualquer função no metabolismo humano. – A ciência vem desde os anos 1950 acumulando de evidências sobre seus efeitos deletérios para a saúde – explica.

Fiocruz: 94% dos yanomanis estão contaminados por mercúrio em consequência de garimpos ilegais

Foto: divulgação/Polícia Federal

Garimpo ilegal em territórios yanomamis

A presença do garimpo ilegal na Terra Yanomami, a maior reserva indígena do Brasil, tem gerado uma série de problemas de saúde e ambientais. O mercúrio, utilizado no processo de extração do ouro, contamina os rios e entra na cadeia alimentar, afetando a saúde das comunidades locais. Apesar das ações anunciadas pelo governo para combater essa prática, o garimpo ilegal persiste, agravando ainda mais a situação.

Para Paulo, não ainda apenas interromper o garimpo. – É a primeira coisa a ser feita. Mas não é suficiente, porque o mercúrio já está presente no ambiente. Mesmo que nunca mais seja despejado mercúrio no território, o que já está lá vai permanecer por 120 anos – enfatiza.

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