O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reabriu nova crise com o Executivo após elevar o tom contra o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). Lira acusou, nessa quinta-feira (11), Padilha de dizer à imprensa que houve -partidarização – durante a votação na Casa da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão. Ele é investigado por ser o suposto mandante da morte da ex-vereadora Marielle Franco.
– É um desafeto, além de pessoal, incompetente – disse Lira à imprensa.
O deputado negou que houve orientação à bancada do PP sobre o tema. Além disso, afirmou que os votos foram de cunho individual de cada parlamentar.
– É lamentável que integrantes do governo, interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes, fiquem plantando essas mentiras. Então, essas notícias falsas que incomodam o Parlamento. E depois, quando o Parlamento reage, acham ruim – completou Arthur Lira.
Lira avaliou que o resultado da votação indica uma insatisfação da Câmara com as interferências do Judiciário no funcionamento legislativo. Ele defendeu que o debate foi em torno dos pré-requisitos para a prisão e não sobre o mérito, que, segundo Lira, é papel da Justiça .
– Isso nada influencia em votações, em base aliada e muito menos em eleições na Câmara, que nós só iremos tratar a partir de setembro – explicou o presidente.
Alegações de Arthur Lira sobre o foro privilegiado
O alagoano enfatizou que existe um consenso entre as bancadas partidárias para modificar a lei sobre o foro privilegiado dos parlamentares. No entanto, de acordo com Lira, ainda não há movimentação para a discussão de mérito sobre o tema.
– Essa discussão legislativa ainda não está qualificada sobre que assunto, de que forma. Eu penso que com a sessão de ontem, alguns assuntos vão voltar para que o Congresso precise legislar e definir quais são os parâmetros – finalizou Arthur.