O Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, deixará o governo entre julho e agosto. Sua saída ocorre em momento crucial para a economia do país e não será bem recebida no mercado.
Em entrevista ao Brazil Journal (14), Masueto disse que está desde maio de 2016 no governo em diferentes cargos no Ministério e no próximo semestre o governo
vai debater um conjunto de reformas estruturais e novas medidas para o pós-crise do COVID-19. “O ideal é que o novo Secretário do Tesouro já acompanhe este debate e fique até o final de 2022”, afirmou.
Mansueto tem uma boa interlocução com o Congresso Nacional, em especial com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Portanto, traz uma
dificuldade adicional para a equipe econômica.
A interlocução do Ministério com o Congresso já tinha sofrido uma perda com a saída do então secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho (PSDB-RN), para o Ministério do Desenvolvimento Regional.
O ministro Paulo Guedes terá que assumir o diálogo com o Parlamento, tanto no sentido de retomar a agenda de reformas, quanto para conter a aprovação de medidas que aumentem os gastos públicos. Nas últimas semanas, Guedes tem feito aproximações com parlamentares. Mas, por conta do seu temperamento, ele coleciona alguns embates com congressistas.
Ele tem recebido críticas de Maia. Na semana passada (11), o presidente da Câmara chegou a criticar falas do ministro que, segundo ele, coloca as soluções para a
crise decorrente da pandemia de covid-19 apenas nas mãos do Congresso. Maia cobrou ações mais incisivas do Executivo para o enfrentamento da crise.
Entre outros temas relevantes, Mansueto estava envolvido nas discussões da Reforma Tributária. Ele chegou a afirmar que a proposta do governo seria enviada ao Congresso até agosto. Sua saída poderá, mais uma vez, atrasar o envio. Além disso, Mansueto é uma voz importante contra o afrouxamento fiscal. Enquanto o seu substituto não for
anunciado, o mercado agirá com desconfiança.