No ato de assinatura do contrato de concessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, garantiu que a concessão da Malha Paulista, também explorada pela Rumo, será prorrogada, apesar de ainda faltar o aval do Tribunal de Contas da União (TCU), que faz questionamentos sobre o assunto. “Na prorrogação serão investidos R$ 7 bilhões e a ferrovia vai aumentar a movimentação de 35 milhões de toneladas por ano para 70 milhões de toneladas”, afirmou.
O ministro destacou ainda que este ano ele deve assinar a prorrogação da Estrada de Ferro Vitória-Minas, da Vale. Para o presidente do conselho de administração da Cosan e da Rumo, Rubens Ometto, o setor privado precisa de regulação mais clara. “A Rumo, oriunda da ALL, já investiu R$ 10 bilhões e hoje vale R$ 34 bilhões, sem qualquer dinheiro público. Os trechos da ferrovia vão valorizar as terras do Centro-Oeste e expandir a fronteira agrícola do país.”
Segundo Ometto, os dois trechos explorados pelo grupo que ele dirige (parte da Norte-Sul e a Malha Paulista, ex-ALL) criarão um corredor inédito no país: “Em 2018, as exportações ultrapassaram US$ 100 bilhões. O superávit de US$ 88 bilhões do agronegócio foi fundamental para a balança comercial e esse desempenho passa pelos trilhos da Rumo. Vamos terminar em poucos meses o que falta (Norte-Sul).”
O trecho concedido por 30 anos é a espinha dorsal do novo sistema ferroviário. Vai ampliar a conexão da região central do Brasil ao porto de Santos (SP) e ao porto de Itaqui (MA). O trecho central, entre o pátio de Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO), de 855 quilômetros, está concluído. O trecho sul, de 682 quilômetros, entre Ouro Verde (GO) e Estrela D’oeste (SP), já tem 95% das obras executadas pela estatal Valec.