Após as declarações do presidente Jair Bolsonaro durante as manifestações do 7 de setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) fez um pronunciamento em resposta.
Lira se incomodou, principalmente, com a contínua defesa de Bolsonaro ao voto impresso, ideia que já foi derrotada em agosto no Plenário da Câmara dos Deputados. “Não posso admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas – como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página”, disse.
Ele também pediu a pacificação entre os poderes e disse que a Câmara deve atuar como pacificadora de conflitos:
“É hora de dar um basta a esta escalada, em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina chegar a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas. Uma crise que, infelizmente, é superdimensionada pelas redes sociais, que apesar de amplificar a democracia estimula incitações e excessos”.
Nas manifestações, além de pedir o voto impresso, Bolsonaro também fez ataques a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Na Avenida Paulista, em São Paulo, ele chamou Moraes de “canalha” e declarou que não cumprirá mais as decisões do ministro. Ele ainda mandou um recado para Luiz Fux, presidente da corte:
“Não podemos mais aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica continue barbarizando a população. Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”, avisou.