Frente à possibilidade do governo brasileiro não proibir o uso de tecnologia chinesa na implantação do 5G, o governo americano mudou de estratégia: agora vai incentivar o uso da tecnologia das concorrentes europeias Nokia e Ericsson. Isso será feito por meio de linhas de crédito disponíveis somente para as empresas que optem por tecnologia das companhias europeias ao invés de equipamentos da chinesa Huawei, que é líder mundial na produção de equipamentos de rede 5G.
O incentivo será feito pela estatal americana responsável por financiar projetos estratégicos para Washington, a U.S. International Development Finance Corporation (DFC) e pelo Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (EximBank).
A informação foi divulgada em visita de comitiva americana ao Brasil nesta terça-feira (20). Apesar de tratarem de questões comerciais, o grupo é liderado pelo conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Robert O’Brien.
De acordo com a diretora do DFC Sabrina Teichman, a instituição possui uma carteira de crédito no valor de US$ 60 bilhões para aplicação ao redor do mundo. “Nós temos dois produtos que podem apoiar empresas brasileiras que buscam adquirir a nova tecnologia. Temos financiamento através de aporte direto e financiamento”, disse.
Nesta terça-feira também foi assinado um acordo de quase US$ 1 bilhão entre o governo americano e o Brasil. A verba será usada em projetos voltados ao setor de telecomunicações (incluindo tecnologia 5G), energia (incluindo nuclear, petróleo e gás e renováveis), infraestrutura, logística, mineração e manufatura (incluindo aeronaves), de acordo com informações da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
Avanço internacional
Os Estados Unidos têm investido em uma maratona de viagens diplomáticas em uma tentativa de influenciar a escolha de seus aliados na corrida do 5G. De acordo com o governo americano, os equipamentos da empresa chinesa podem ser usados para espionar e recolher dados estratégicos.
No início de outubro, em visita do secretário de Estado dos EUA, Michael Pompeo, o governo italiano demonstrou estar alinhado à estratégia do país norte americano. Anteriormente, a Alemanha também anunciou que deve restringir a compra de equipamento de “fornecedores de alto risco”.