O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu nesta quarta-feira que o setor elétrico está sendo monitorado constantemente e o governo não considera adotar um programa de racionamento de energia, como ocorreu em em 2001, quando os consumidores tiveram que cortar voluntariamente 20% do consumo de eletricidade, caso contrário, teriam um aumento no valor da energia.
“Nós não trabalhamos com hipótese de racionamento. Temos procurado deixar bem claro, tenho participado de várias entrevistas na mídia e temos nos pronunciado oficialmente a respeito do tema. Não trabalhamos com a hipótese. Não é porque não queremos, mas porque monitoramos o setor elétrico brasileiro 24 horas por dia, 365 dias por ano. Estamos permanentemente reunidos”, explicou.
As declarações foram feitas durante debate sobre medidas para enfrentar a crise hídrica no país, na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, um dia após Arthur Lira (Progressistas-AL) ter falado sobre a possibilidade de um apagão educativo. O presidente da Câmara dos Deputados afirmou que a medida provisória que o governo prepara para lidar com a iminência de uma crise energética não irá trazer qualquer comando relativo ao racionamento. “Será feito o incentivo ao uso eficiente da energia pelos consumidores de maneira voluntária”, escreveu em sua rede social.
Bento Albuquerque disse que existe uma sala de situação, no Palácio do Planalto, que trabalha diuturnamente para que haja segurança nas medidas adotadas e no controle de ações planejadas. “Não trabalhamos com a hipótese de racionamento. Não temos problema de oferta de energia. Nossa capacidade instalada se expandiu nos últimos 20 anos”, reforçou.
Geração solar
O ministro contou ainda que se reuniu com empreendedores da geração solar, que falaram sobre a dificuldade de importação de material e sobre a falta de um parque industrial para atender a forte demanda de crescimento. “Temos trabalhado em conjunto com o Ministério da Economia para que possamos dar apoio institucional a essa importante indústria”, afirmou.
Sobre a geração distribuída, Albuquerque garantiu que tem trabalhado com o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), relator do marco legal da geração distribuída de energia (PL 5.829/2019), para que a matéria seja deliberada. Segundo o ministro, a geração distribuída solar foi a que mais cresceu no ano passado e nos próximos 10 anos deve crescer 171%. “Mas por se tratar de uma fonte intermitente com pouca eficiência não é tão essencial para a segurança energética. Temos que ter atenção de que essa expansão seja feita de forma equilibrada para que os consumidores sejam realmente beneficiados.”