As obras de construção do segundo trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, tocadas no modelo do investimento cruzado, avançam em ritmo que supera tudo o que já foi feito pela Valec. A Vale assumiu a importação dos trilhos para a construção da ferrovia como contrapartida à renovação antecipada do contrato de concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), assinado em dezembro de 2020.
A extensão de trilhos lançados no primeiro semestre deste ano no trecho entre Caetité e Barreiras, na Bahia, com 485 quilômetros, é quase 90% superior ao produzido em toda a construção dessa parte da ferrovia, executada pela Valec desde 2011.
Conforme publicado pela Agência Infra, o rápido avanço na implantação de trilhos deve-se, de acordo com o diretor-presidente da estatal, André Kuhn, ao modelo de investimentos cruzados, o que permitiu que a Vale importasse da China as 60 mil toneladas de trilhos necessárias para o andamento da obra.
Segundo Kuhn, a Vale comprou trilhos para toda a extensão do trecho, o que representou um gasto de R$ 500 milhões (em valores atualizados). Se essa compra ficasse a cargo da Valec, todo o orçamento de um ano da estatal teria sido consumido nessa aquisição e ainda faltariam recursos, levando à paralisação dos trabalhos. Por ter recebido os trilhos, a Valec pôde gastar somente com a obra de implantação da via, acelerando o processo.
Parte desse trabalho ficou por conta de um Batalhão de Engenharia e Construção do Exército. André Kuhn adiantou que a Valec já contratou um novo lote de obras entre os municípios baianos de Correntina e Serra do Ramalho, a serem executadas até o ano que vem. Disse que há recursos orçamentários suficientes na proposta de Lei Orçamentária anual a ser enviada ao Congresso (em torno de R$ 250 milhões) para fazer esse lote avançar em 2023.