Atualmente, o presidente do MDB, Baleia Rossi, defende com unhas e dentes a candidatura de Tebet até o fim de junho, quando entram as últimas inserções na propaganda partidária. A partir daí, Tebet precisa ter o nome confirmado em convenção do partido. E é ai onde mora o temor da cúpula do MDB. Sem Tebet no páreo, a previsão é de que a maioria do partido apoie o Presidente Jair Bolsonaro à reeleição. Mesmo que uma ala, especificamente do nordeste, seja pró Lula, há uma avaliação de que a maior parte dos diretórios estaduais, prefeitos e bancadas estaria ao lado do atual presidente. O mapeamento foi feito pelo partido que teme uma guinada na campanha eleitoral. No entanto, o tal levantamento é desconhecido por lideranças da legenda que não acreditam que a informação traduza a realidade.
“Isso é pouco provável de acontecer. Desconheço esse levantamento. Não chegou nada até a mim”, declarou à Arko o líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões.
O MDB é uma das bancadas mais importantes do Congresso Nacional e passou a ser alvo de uma disputa interna sobre ter ou não candidato à presidência da República. Depois que o MDB lançou a senadora Simone Tebet para concorrer ao Palácio do Planalto, o partido protagonizou, nas últimas semanas, episódios que comprovam essa divisão. Em jantares, caciques do partido se reuniram com o ex-presidente Lula, postulante ao Planalto, numa demonstração de apoio à candidatura do petista. Além disso, passou a ventilar a possibilidade de rejeitar o nome da senadora na convenção nacional da legenda, em julho. O clima ficou tenso e o partido dividido sobre a corrida eleitoral.
Para o CEO da Arko Advice, Murillo de Aragão, a divisão posta está no DNA do partido. “Uns apoiarão Lula, outros podem apoiar Bolsonaro. Caso Simone decole, o apoio a ela poderá ser maior. Mas dificilmente será total. Está divisão está na gênese de um partido de caciques”, analisou.