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Impactos políticos do PIB do 3º trimestre – Análise

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Apesar de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter apontado que o PIB cresceu 0,1% no terceiro trimestre do ano na comparação com os três meses anteriores, a economia passa por um processo de desaceleração, o que pode trazer impactos políticos importantes para o governo Lula (PT).

O primeiro aspecto é que pode ser retomada a discussão interna em torno do gasto público entre as alas política e econômica. Como consequência, aumentará a pressão sobre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Este debate interno ficou evidenciado nesse final de semana. Durante a Conferência Eleitoral do PT, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, divergiram publicamente da condução das contas públicas.

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Enquanto Haddad manteve o compromisso em zerar o déficit, Glesi defendeu uma presença maior do Estado para alavancar o crescimento. Além de Gleisi, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-SP), declarou que haverá déficit nas contas públicas se isso for necessário.

Lula e Haddad estão comemorando crescimento do PIB

PIB cresceu 0,1% no terceiro trimestre do ano na comparação com os três meses anteriores – Foto: Ricardo Stuckert/PR

O encontro aprovou ainda uma resolução política defendendo a necessidade do Brasil “se libertar urgentemente da ditadura do Banco Central independente e do austericídio fiscal”.

Na última quinta-feira (07), as pesquisas divulgadas pelos institutos Ipec e Datafolha mostraram um saldo de popularidade positivo para Lula. A avaliação positiva (ótimo/bom) foi de 38%. A avaliação negativa (ruim/péssima) atingiu 30%. E o índice regular também girou em torno de 30%. O Ipec, no entanto, apontou um aumento de desaprovação ao presidente, com cinco pontos a mais em relação a setembro.

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Como Lula precisa atender aos segmentos de menor renda e o Nordeste, a ala política tende a defender a ampliação dos gastos sociais, em especial diante de um cenário de desaceleração da economia. Contudo, essa opção traria, como efeito colateral, uma piora do quadro fiscal, o que repercutiria no humor dos agentes econômicos. Assim, a tendências é que embates do PT com Haddad continuem ocorrendo, principalmente porque em 2024 haverá eleições municipais.

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