Início » Governo espera aumentar fundo de mudanças do clima para R$ 10,4 bilhões em 2024

Governo espera aumentar fundo de mudanças do clima para R$ 10,4 bilhões em 2024

A+A-
Reset
Economia

O Ministério do Meio Ambiente anunciou a expectativa de elevar dos atuais R$ 634 milhões para R$ 10,4 bilhões, em 2024, o volume de recursos reembolsáveis do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC). O pronunciamento ocorreu durante o seminário “O financiamento das políticas públicas socioambientais”, nessa segunda-feira (9), na Câmara dos Deputados.

Durante o encontro, promovido pelo deputado Nilto Tatto (PT-SP), a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, mostrou os planos do governo em relação ao fundo. “O valor dos recursos para 2024 vai subir para R$ 10,4 bilhões. Então, a gente vai fazer com que o fundo do clima tenha robustez e seja talvez o principal veículo em termos de disponibilidade de recursos para a transição energética brasileira justa”, afirmou.

Já o Nilto ressaltou que “ a política de financiamento precisa contemplar aquilo que está sendo feito, na ponta, pela sociedade civil. Uma agenda que, neste momento, é oportuna aqui dentro porque se está discutindo o PPA [Plano Plurianual], o Orçamento do próximo ano e a recuperação de parte do Orçamento que foi contingenciado neste ano”.

mudanças do clima

Nilto Tatto em plenário – Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Ana Toni explicou a fórmula para esse aumento de recursos reembolsáveis, ou seja, disponíveis para empréstimo. “As fontes vinham só dos royalties de petróleo do governo federal. Agora, abre-se uma nova fonte: são títulos públicos soberanos sustentáveis. Então, o Tesouro está indo ao mercado para captar esses recursos”, completou.

Os recursos reembolsáveis do Fundo do Clima são geridos pelo BNDES e poderão ser aplicados em ações de desenvolvimento urbano sustentável, indústria verde, transição energética e proteção a florestas e recursos hídricos, entre outras. 

Mudanças do clima e o impacto ambiental

Integrante do comitê gestor do fundo, a especialista em políticas públicas do Observatório do Clima Suely Araújo apoiou a mudança, mas, ao mesmo tempo, criticou o baixo volume dos recursos não reembolsáveis – ou seja, aqueles aplicados a fundo perdido pelo próprio Ministério do Meio Ambiente –, com previsão de apenas R$ 5 milhões em 2024.

mudanças do clima

Mudanças do clima na Amazônia – Foto: Divulgação/Sema

“O que a gente tem que fazer é aumentar o valor da parte não reembolsável do Fundo do Clima e descontingenciar o Fundo Nacional do Meio Ambiente, inclusive porque é o único fundo com condições de ser usado como base em uma transferência para estados e municípios”, ressaltou.

A Confederação Nacional dos Municípios divulgou pesquisa em que 71% de 2.252 prefeituras ouvidas reconhecem a dependência de recursos federais para a gestão ambiental. Para este ano, o Ministério do Meio Ambiente ainda prevê R$ 3,5 milhões disponíveis do Fundo Nacional do Meio Ambiente, oriundo principalmente das multas ambientais aplicadas por Ibama e ICMBio, além de R$ 1,7 bilhão já liberado do Fundo Amazônia em apoio a 102 projetos no bioma.

Leia mais! Energia limpa: Alexandre Silveira apresenta investimentos para americanos

De acordo com o coordenador de análise de impacto social e ambiental do Ministério da Fazenda, Matias Cardomingo, aposta no apoio financeiro a “ações transversais” de outras pastas em bioeconomia, transição energética, economia circular e nova infraestrutura sustentável. “A ideia do Ministério da Fazenda é, a partir dos planos setoriais desenvolvidos pelos ministérios, chegarmos nos instrumentos para financiar cada uma dessas atividades”, disse.

 

Câmara dos DeputadosMinistério da FazendaMinistério do Meio Ambientemudanças climáticas

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais