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Copom: equilíbrio de contas públicas é importante para queda da inflação

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Em ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou que as expectativas da inflação acima da meta traz preocupações e que esse é um fator que implica na decisão do BC sobre a taxa básica de juros (Selic). Além disso, o BC reforçou a importância do cumprimento da política fiscal do governo para conseguir o equilíbrio nas contas públicas e possível queda da inflação.

– Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas – diz a ata da reunião, divulgada nesta terça-feira (19) pelo BC.

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De acordo com o colegiado, a diminuição das expectativas requer o fortalecimento da credibilidade e da reputação das instituições públicas, bem como dos arcabouços fiscal e monetário, que integram  a política econômica do Brasil.

– O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade – acrescenta o documento.

Taxa Selic

Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic, de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. O comportamento dos preços fez o BC cortar os juros pela quarta vez no semestre, em um ciclo que deve seguir com cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.

Selic

Sede do Banco Central, em Brasília – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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A Selic é o principal instrumento de BC para alcançar a meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A autarquia não adiantou quando parará de reduzir a Selic e informou que o momento dependerá do comportamento da inflação no primeiro semestre de 2024.

– O comitê reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas – afirmou o colegiado.

Para o BC, a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta para 2024 e o de 2025.

A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para os próximos dois anos é de 3%.  Com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.

Na ocasião, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 estavam em torno de 3,9% e 3,5%, respectivamente. Os dados são do boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo BC com a projeção de analistas do mercado para os principais indicadores econômicos.

Inflação

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mesmo que inflação, foi de 0,28%. O levantamento representa um aumento de 0,4% em relação ao mês de outubro (0,24%). De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos nove grupos analisados, seis tiveram aumento.

Copom afirma que para conter inflação é preciso equilíbrio nas contas públicas

A queda de 1,6% da gasolina foi um fator importante para não permitir que a inflação aumentasse ainda mais – Foto: EBC/Arquivo

O grupo de alimentação e de bebidas foi o que mais influenciou no resultado com crescimento de 0,63%. Em seguida, vem o setor de habitação, que subiu 0,48% e pesou 0,07% no percentual. A conta de luz foi para 1,07% por conta da recomposição dos preços em Porto Alegre, São Paulo, Goiânia, bem como de Brasília. A tarifa de água e de esgoto também aumentou 1,02%, em capitais como Fortaleza e Rio de Janeiro.

Atividade econômica

No terceiro trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,1% em comparação com o segundo trimestre de 2023. De acordo com o IBGE, entre janeiro e setembro, a alta acumulada foi de 3,2%.

De acordo com o BC, a resiliência das família pode estar ligada ao aumento da renda bruta. Esse aumento pode ter sido em função da expansão do mercado de trabalho, de benefícios sociais e de ganhos de renda. Entretanto, a formação bruta em capital fixo permanece em queda, após uma forte elevação ao longo do período da pandemia.

– Alguns membros avaliaram que a persistência de uma conjunção de maior resiliência do consumo e queda no investimento poderia provocar, no médio prazo, um excesso de demanda em relação à oferta, com potenciais impactos sobre preços –  destacou o BC.

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