Rodrigo Haddad Hoje, o carnaval, além de cumprir sua função religiosa e social, também é data marcada no calendário dos comerciantes ao redor do Brasil. E, neste ano, alguns municípios já podem celebrar as estimativas de movimentação financeira na última semana.
Abertura oficial do carnaval de Recife 2024. Foto: Brenda Alcântara/PCR/Fotos Públicas
No segundo ano com festividades abertas ao grande público após a pandemia de Covid-19, os foliões lotaram as ruas de capitais e cidades do interior. Quem não gosta do Carnaval, aproveitou também para passar a data com amigos e familiares em um local tranquilo.
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Seja como for, uma pesquisa da Quaest apontou que cerca de 70% dos brasileiros pretendiam celebrar a ocasião neste ano. Entre os 30% restantes, a maior parte afirmou que não gostava da festividade e cerca de 10% disseram que iriam trabalhar no período. O setor de bares e restaurantes é um dos segmentos que aproveita a data para impulsionar as vendas.
Foliões curtem o carnaval do bloco Me Enterra na Quarta, que desfila nas ruas da Glória na quarta-feira de cinzas. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mais de 80% dos estabelecimentos funcionaram durante o feriado. Entre os empreendimentos que ficaram abertos, 75% esperavam vender mais do que no Carnaval do ano passado.
Além de bares e restaurantes, outros setores da economia tradicional como hotelaria e transporte se beneficiam da alta demanda na data. Um levantamento do Ministério do Turismo apontava, por exemplo, que mais de 6,1 milhões de turistas viajariam pelo Brasil via avião ou ônibus durante o Carnaval.
Economia criativa no Carnaval
Além de aumentar o fluxo em aeroportos e rodoviárias, a festa contribui também com o resgate e a transformação da diversidade cultural. As festas de rua, desfiles de escolas de samba e trios elétricos se inspiram na cultura popular e mobilizam a economia criativa no Brasil, que inclui a música, a moda, o audiovisual, o artesanato, as artes cênicas e visuais, entre outros segmentos.
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Antes dos festejos, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) previu uma movimentação financeira de R$9 bilhões para o Carnaval de 2024, que representa um aumento de 10% em comparação com o ano anterior. Em Belo Horizonte, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) da capital mineira estimou que cada folião na rua gasta cerca de R$125,90 por dia.
Entre os principais destinos, o Rio de Janeiro foi considerado o ideal para 31% dos entrevistados na pesquisa da Quaest. Em segundo, a Bahia (20%) e completa o pódio a dobradinha Recife/Olinda (16%).
Números do Carnaval em municípios
Com desfiles no sambódromo e nas ruas, a expectativa da Prefeitura do Rio de Janeiro era de uma movimentação econômica de R$5 bilhões no Carnaval de 2024, com estimativa de 7 milhões de pessoas chegando à cidade para festejar a data.
Apuração das notas das escolas do Grupo Especial do carnaval do Rio. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Na Bahia, a Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) divulgou na Quarta-feira de Cinzas o balanço das festas em Salvador e em 87 cidades do interior da Bahia. Segundo a pasta, a movimentação foi de R$6,6 bilhões na economia com mais de três milhões de turistas. De acordo com a Setur-BA, a rede hoteleira teve ocupação entre 95% e 100%.
Em Pernambuco, Recife e Olinda divulgaram cada um o seu balanço. A capital pernambucana, segundo sua prefeitura, recebeu 3,4 milhões de foliões com injeção de R$2,4 bilhões na economia local. Já em Olinda, foram 4 milhões de foliões e uma movimentação de R$400 milhões.
Homem da Meia Noite nas ruas de Recife Foto: Eduardo Cunha/Fotos Públicas
Apesar de Bahia, Rio e Pernambuco serem estados que tradicionalmente figuram entre os principais destinos, outras regiões também se beneficiam dos festejos. Minas Gerais, por exemplo, teve grande público na capital e nas cidades interioranas. Segundo a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) de Minas Gerais, a movimentação financeira foi de R$4,7 bilhões.
Carnaval em São Paulo
Ainda de acordo com a CNC, o maior faturamento esperado era na capital paulista. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indicou que as vendas do varejo paulistano podem ter crescido entre 8% e 10% durante o Carnaval, na comparação com o ano passado.
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O analista da pesquisa da ACSP Ulisses Ruim de Gamboa destacou a venda de itens específicos do Carnaval, como fantasias, maquiagens e acessórios, além das vendas de supermercados. Para o economista, os segmentos que comercializam artigos de menor valor têm um crescimento maior no desempenho, mas ressalta que o Carnaval oferece boas perspectivas para o comércio em geral.
— Esse influxo de turistas não apenas estimula o comércio local, mas também fortalece a imagem da cidade como um destino culturalmente diversificado — diz.
Zeca Pagodinho na abertura do Carnaval 2024 no sambódromo do Anhenmbi. Foto: Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP
A Secretaria de Turismo e Viagens do governo de São Paulo estimou que o Carnaval de 2024 seria o mais rentável nos últimos cinco anos, com movimentação financeira de R$5,72 bilhões. Segundo a pasta, mais de 4,4 milhões turistas planejaram curtir os quatro dias de folia em São Paulo.
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Um levantamento da Federação de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Estado de São Paulo (Fhoresp), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento, Turismo, Cultura, Esporte e Meio Ambiente (IDT-CEMA), concluiu que os dias de festividade movimentaram quase R$ 105 milhões nos hotéis do estado de São Paulo, com taxa de ocupação de até 90%.
