Um dos efeitos de uma eventual redução ou isenção da tarifa de pedágio nas rodovias federais concedidas (enquadradas na categoria de serviços essenciais pela MP nº 926/20) seria a redução na arrecadação pelas 900 prefeituras de municípios cortados por essas estradas. Além disso, a redução das receitas das concessionárias impactaria a manutenção do emprego das 50 mil pessoas que trabalham nessas empresas.
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) encaminhou nota aos deputados com essas informações, alertando para as consequências da alteração no fluxo de caixa das concessionárias. Segundo a entidade, “apesar de significativa queda de tráfego e de receita, as concessionárias estão investindo no atendimento aos caminhoneiros, que precisam de estradas seguras, com bons serviços e qualidade no atendimento de suas necessidades”.
A ABCR destaca que, para evitar o contato entre motoristas e atendentes nos postos de pedágio, o que contribui para a disseminação do coronavírus, vem incentivando o uso do vale-pedágio, um direito do caminhoneiro pago pelo dono da carga.
Dados obtidos pela ANTT, por meio do sistema de monitoramento das rodovias federais concedidas, indicam que houve queda de 28% no tráfego de veículos pesados e de 70% no de veículos leves entre a última semana de março e a primeira de abril.Estima-se que 350 mil viagens de caminhão deixaram de ser feitas desde a decretação do estado de calamidade pública.
Na primeira semana de março, quando nenhum estado havia feito ainda qualquer tipo de bloqueio nas rodovias, o fluxo de veículos pesados respondeu por 1,24 milhão de viagens, ainda de acordo com dados da agência. A projeção é que esse número possa ter ficado um pouco abaixo dos 900 mil na semana que terminou no dia 4.