O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirmou que, nos últimos meses, as discussões sobre uma reforma tributária avançaram no Congresso Nacional. De acordo com o líder da CNI, a aceitação do governo federal e de todos estados brasileiros para a simplificação tributária, por meio da criação de um sistema de Imposto de Valor Agregado (IVA) Dual, que facilitaria o pagamento de tributos, é um dos exemplos da maturação da proposta. As declarações de Robson foram feiras na última quinta-feira (22) em um evento empresarial.
“Precisamos crescer 4%, 5% para recuperar a década perdida e, para isso, entendemos que é fundamental a reforma tributária. Sem isso, não teremos no Brasil um ambiente adequado para o crescimento e para geração de emprego, principalmente, porque a carga tributária é mal distribuída”, afirmou Robson Braga de Andrade.
O presidente também disse que a indústria é o setor econômico que mais paga impostos no Brasil. Apesar de representar 20,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de acordo com a CNI, as indústrias são responsáveis por 33% da arrecadação de impostos federais, por 40% dos impostos estaduais e por 31,2% da arrecadação previdenciária.
Reforma tributária: Nova dimensão
Também presente no encontro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a reforma tributária em discussão no Congresso trará uma nova dimensão a um modelo que está sendo reconfigurado. “Estou dizendo desde a campanha: os impostos subiram durante 40 anos no Brasil, então eles vão cair”, afirmou. Segundo ele, a ideia inicial era “fazer uma reforma tributária ampla”, inclusive mexendo em encargos trabalhistas, “mas o debate foi interditado”. Por isso, o governo federal fez a opção de começar a reforma pela substituição do PIS e Cofins pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS).
“A Contribuição sobre Bens e Serviços está há um ano no Congresso, mas eu vou reclamar? Não vou, porque veio a pandemia; e como diz o presidente Arthur Lira, um boi se come aos bifes”, afirmou o ministro. De acordo com Guedes, o debate da reforma ampla será retomado. “Temos que acabar com esse manicômio tributário”, disse. No entanto, Paulo Guedes afirmou que uma reforma precisa ser feita aos poucos para as pessoas refletirem”.