O evento realizado no Palácio do Planalto em torno de investimentos de bancos públicos nos estados foi marcado pelo diálogo entre o presidente Lula (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Atendendo a um convite de Lula, Tarcísio discursou e agradeceu a aprovação do financiamento no valor de R$ 10 bilhões do BNDES para obras de transporte em São Paulo. Lula, em sua manifestação, afirmou que “nunca concebeu alguém administrar o Brasil sem levar em conta a existência dos entes federados”.
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Para o presidente, é importante a construção de um diálogo positivo com São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil e um dos principais redutos antipetistas. Além disso, para Lula, o diálogo com governadores aliados ao bolsonarismo representa um movimento estratégico para reduzir a polarização política no país. Vale recordar que, há alguns meses, durante um ato político no Rio de Janeiro, Lula chegou a chamar a atenção da militância petista quando o governador do estado fluminense, Cláudio Castro (PL),
foi vaiado no momento em que discursava.
Pelo seu lado, Tarcísio de Freitas, ao dialogar com Lula, acena para o segmento da sociedade que não é bolsonarista. Mesmo que Tarcísio esteja sendo criticado pelo chamado “bolsonarismo raiz” por conta dos acenos que faz ao governo federal, como ocorreu, por exemplo, na semana passada e também quando o governo paulista apoiou a Reforma Tributária, conversar com o centro é importante para que o governador não fique isolado no campo bolsonarista.
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Ainda que Lula e Tarcísio possam ser adversários na disputa de 2026 ao Palácio do Planalto – Lula podendo concorrer à reeleição e Tarcísio representando o campo da direita –, a troca de gentilezas entre os dois, registrada na semana passada, é positiva para ambos.
Lula, na condição de presidente, tem interesse em que o Brasil fique menos polarizado. Tarcísio, por sua vez, ao mesmo tempo que assume seu vínculo com o expresidente Jair Bolsonaro (PL), tem procurado demarcar diferenças com Bolsonaro, por exemplo,
mostrando sua capacidade de dialogar com setores não bolsonaristas