Falta de consenso trava propostas sobre combustíveis

Em primeiro plano, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ao fundo, Jean Paul Prates (PT-RN) , ao centro, conversa com Marcos Rogério (DEM-RO) e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Antes prevista para acontecer nesta quarta-feira (16), a votação dos projetos dos combustíveis no Senado ficou para a semana que vem. O adiamento deve-se principalmente à falta de consenso entre os senadores e os principais atores afetados pelas propostas. Bancadas como o MDB, a maior do Senado, enxergam problemas na versão mais recente apresentada pelo relator, Jean Paul Prates (PT-RN). Já o Ministério da Economia não concorda com a proposta dobrar o alcance do auxílio-gás, o que aumentaria a pressão sobre os cofres públicos. Enquanto isso, os governadores defendem o fundo estabilizador como única solução e querem adiar as decisões sobre ICMS. Por isso, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), busca com a equipe técnica uma forma de apresentar até terça-feira (22) um texto que tenha maior aderência.

Para o governo, por exemplo, é importante incluir nos projetos a autorização para que impostos federais sejam reduzidos. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o Ministério da Economia avalia como o tema pode ser inserido e qual impacto é esperado nos cofres públicos. “É uma avaliação que está sendo feita, chegando a uma conta possível, que pode ser um dos institutos inseridos nos projetos apresentados no Senado”, explicou.

Segundo Pacheco, a ideia é dar mais tempo para que se encontre consenso na pauta. “Há uma grande complexidade no tema dos combustíveis. Há interesses dos estados, dos governadores, da Economia e o alinhamento com a Câmara dos Deputados. O que não houver convergência, que seja submetido ao plenário para que vá a voto”, declarou.

Também gerou estranhamento o fato do relator, Jean Paul Prates (PT-RN), ter retirado do PLP 11/2020 a obrigatoriedade de que o ICMS incidente sobre os combustíveis seja calculado com base na quantidade e não no valor do produto. Para o líder do MDB, Eduardo Braga, o formato atual é muito autorizativo. “Não resolvia nada”, disse à Arko.

A mudança no formato atende a um pedido dos governadores, que preferem que as mudanças mais profundas no ICMS sejam tratadas na PEC 110, da reforma tributária. “Defendemos o texto do PLP 1472/2021, aprovado no Fórum dos Governadores, criando o Fundo de Estabilização e também queremos tratar do ICMS, mas na Reforma Tributária, cuidando da redução do ICMS sobre o consumo, combustíveis e outros”, declarou à Arko o governador do Piauí e coordenador do Fórum dos Governadores, Wellington Dias.

Segundo Jean Paul, o Senado está trabalhando para entregar à população um texto legislativo apto a atender às necessidades do país. “O processo legislativo demanda cautela e diálogo, e estamos avançando em busca de um entendimento que permita tramitação veloz na Câmara dos Deputados do texto que for aprovado no Senado. Ao mesmo tempo, vamos ouvir mais pessoas, buscando a solução que priorize os mais pobres”.

Postagens relacionadas

MTE prorroga prazo de inscrição no portal de comunicação entre auditores fiscais e empregadores

Lula pede voto para Boulos em evento esvaziado do 1º de maio. Entenda

Frente Parlamentar do Biodiesel critica inclusão de coprocessados em projeto

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Saiba mais