As pesquisas IPEC e Datafolha divulgadas após o início da campanha na TV apontam um acirramento da disputa ao Palácio dos Bandeirantes. Segundo o levantamento do IPEC, a polarização entre o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), que representam, em São Paulo (SP), o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), foram os principais beneficiados. Haddad oscilou positivamente três pontos percentuais, índice que está dentro da margem de erro – 3 pontos para mais ou para menos – e Tarcísio, que cresceu cinco pontos.
O governador de SP e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), apesar de contar com o maior tempo de TV, oscilou positivamente apenas um ponto. A estagnação de Garcia pode ser explicada pelo desgaste do PSDB, que governa o estado desde 1995, assim como pelo crescimento de Tarcísio, que, ancorado no apoio do bolsonarismo, está atraindo o voto antipetista em SP.
CANDIDATOS | 15/08 (%) | 30/08 (%) |
Fernando Haddad (PT) | 29 | 32 |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 12 | 17 |
Rodrigo Garcia (PSDB) | 9 | 10 |
Elvis Cezar (PDT) | 2 | 1 |
Vinicius Poit (Novo) | 2 | 1 |
Outros | 6 | 4 |
Brancos/Nulos | 23 | 15 |
Indecisos | 16 | 20 |
*Fonte: IPEC
Após o início do horário eleitoral, cresceu a possibilidade do segundo turno ser disputado entre Haddad e Tarcísio. Porém, Rodrigo Garcia não deve ser considerado fora do jogo, pois temos cerca de 30 dias de campanha pela frente. Além disso, temos 35% de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos) na estimulada e 59% na menção espontânea, o que sugere muitos votos para serem disputados.
A partir do crescimento de Tarcísio de Freitas, é possível que Garcia adote uma campanha negativa contra o ex-ministro, pois eleitores conservadores que até 2018 votaram no PSDB por falta de opção, agora dispõem de uma alternativa no campo da direita.
Outro obstáculo para Garcia é o fato dos ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB) e Márcio França (PSB) serem cabos eleitorais de Haddad, o que também atrai votos para o ex-prefeito.
Segundo o IPEC, num eventual segundo turno na disputa ao Palácio dos Bandeirantes, a vantagem é de Fernando Haddad. Contra Tarcísio de Freitas, Haddad venceria por 47% a 31%. Brancos, nulos e indecisos somam 22%. Já num embate contra Garcia, Haddad venceria por 45% a 29%. Brancos, nulos e indecisos somam 26%.
Mesmo com a vantagem momentânea de Haddad, o segundo turno deve ser difícil para o ex-prefeito, pois ele possui o maior índice de rejeição (32%). Tarcísio é rejeitado por 14%. E Garcia por apenas 8%.
Apesar do IPEC ter mostrado hoje uma tendência de segundo turno entre Fernando Haddad e Tarcísio de Freitas, o levantamento do instituto Datafolha indicou que Rodrigo Garcia cresceu a partir de sua exposição no horário eleitoral, o que deve acirrar a disputa com Tarcísio.
De acordo com o Datafolha, Haddad oscilou três pontos para baixo – a variação está dentro da margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Tarcísio ganhou cinco pontos e Garcia cresceu quatro.
CANDIDATOS | 18/08 (%) | 01/09 (%) |
Fernando Haddad (PT) | 38 | 35 |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 16 | 21 |
Rodrigo Garcia (PSDB) | 11 | 15 |
Elvis Cezar (PDT) | 1 | 1 |
Vinicius Poit (Novo) | 1 | 1 |
Outros | 7 | 6 |
Brancos/Nulos | 17 | 12 |
Indecisos | 11 | 10 |
*Fonte: Datafolha
Com isso, a distância de Haddad para seus dois principais concorrentes – Tarcísio e Garcia – se reduziu. Mais do que isso, hoje, Tarcísio e Garcia, que disputam o voto de direita/centro-direita, concentram 36% das intenções de voto, praticamente o mesmo percentual de Haddad (36%).
Nas simulações de segundo turno, Fernando Haddad ainda seria o vitorioso. No entanto, assim como nas simulações de primeiro turno, a vantagem em relação a Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia caiu.
Num embate contra Tarcísio, Haddad venceria por uma vantagem de 15 pontos. No entanto, essa distância era maior na sondagem anterior (22 pontos).
CANDIDATOS | 18/08 (%) | 01/09 (%) |
Fernando Haddad (PT) | 53 | 51 |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 31 | 36 |
Brancos/Nulos | 12 | 9 |
Indecisos | 4 | 3 |
*Fonte: Datafolha
Contra Garcia, a vantagem de Haddad, que era de 19 pontos percentuais no levantamento anterior, caiu para apenas 10 pontos.
CANDIDATOS | 18/08 (%) | 01/09 (%) |
Fernando Haddad (PT) | 51 | 48 |
Rodrigo Garcia (PSDB) | 32 | 38 |
Brancos/Nulos | 14 | 11 |
Indecisos | 4 | 3 |
*Fonte: Datafolha
No segundo turno, o grande desafio de Haddad é seu índice de rejeição (36%), a mais elevada entre os candidatos. Tarcísio é rejeitado por 24%, e Garcia por apenas 16%.
Márcio França segue favorito ao Senado, mas Marcos Pontes cresce
O ex-governador Márcio França (PSB) cresceu cinco pontos percentuais após o início do horário eleitoral gratuito e segue como o favorito na eleição ao Senado. No entanto, o ex-ministro Marcos Pontes (PL), beneficiado pela associação com o presidente Jair Bolsonaro (PL), cresceu sete pontos e aparece na segunda colocação. Apesar do crescimento de Pontes, França ainda tem uma folgada vantagem: 13 pontos.
CANDIDATOS | 15/08 (%) | 30/08 (%) |
Márcio França (PSB) | 20 | 25 |
Marcos Pontes (PL) | 5 | 12 |
Janaína Paschoal (PRTB) | 5 | 6 |
Aldo Rebelo (PDT) | 3 | 3 |
Edson Aparecido (MDB) | 2 | 2 |
Outros | 12 | 10 |
Brancos/Nulos | 18 | 15 |
Indecisos | 23 | 28 |
*Fonte: IPEC
Apesar da existência de 43% de eleitores “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos”), joga a favor de Márcio França (PSB) a divisão da direita em duas candidaturas – Marcos Pontes e a deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB).
Embora o ex-ministro Aldo Rebelo (PDT), nome histórico da esquerda, seja candidato, França se beneficia por ter o apoio de Lula e Geraldo Alckmin. Outra vantagem para Márcio França é a falta de uma candidatura de centro competitiva.