Início » O Congresso no combate à crise do coronavírus

O Congresso no combate à crise do coronavírus

A+A-
Reset

Após alguns desencontros iniciais, o Congresso Nacional começa a definir a linha econômica a seguir durante o combate à pandemia do novo coronavírus e a seus efeitos. Na sequência à aprovação do estado de calamidade pública decretada pelo governo, centenas de propostas legislativas de toda a ordem foram apresentadas na Câmara e no Senado. Parcela significativa transita pelo campo do populismo e na busca por holofotes.

A ausência dos parlamentares em Brasília, que continuam mantendo o funcionamento do Parlamento, mas por meio de recursos virtuais, torna mais complexa a operacionalização dos trabalhos legislativos e a construção de uma pauta mais consistente. Ainda assim, avanços importantes têm ocorrido e uma tendência vem se consolidando: a de que o poder público deve arcar com os custos para minimizar os efeitos sociais da crise.

Tal ideia ficou evidenciada na semana que passou, quando a Câmara tomou a iniciativa de votar a criação de um auxílio financeiro de R$ 600 para trabalhadores informais a ser pago ao longo de três meses. O Senado deve votar a proposta já nesta segunda-feira (30). Outras matérias que implicam desembolsos do Tesouro estão no radar.

Em outra frente, os congressistas se negam a impor sacrifícios aos trabalhadores. Rechaçaram prontamente a possibilidade de suspensão por quatro meses de contratos de trabalho, tal qual previa inicialmente a Medida Provisória 927. Engavetaram a ideia de redução salarial de servidores e demais agentes públicos, que surgiu com força e após fortes reações perdeu apoio.

Também cobram que o governo adote medidas adicionais, que, por reserva de competência constitucional, só cabem ao Executivo, para garantir a sobrevivência das empresas e manutenção de empregos.

Criticam ainda os estímulos a transgressão da política de isolamento social recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sob o pretexto de reativação da economia.

Com esse conjunto de manifestações, o recado do Congresso é claro: o Estado precisa pagar essa conta. Na ótica dos parlamentares, a recessão e o aumento do déficit das contas públicas são inevitáveis, de maneira que não faz sentido economizar.

Páginas do site

Sugira uma pauta ou fale conosco

Usamos cookies para aprimorar sua experiência de navegação. Ao clicar em "Aceitar", você concorda com o uso de cookies. Aceitar Saiba mais