Os principais candidatos ao Palácio dos Bandeirantes definiram suas chapas para a disputa. O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que busca à reeleição, terá o deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil) como vice. E o ex-secretário municipal de Saúde da capital paulista, Edson Aparecido (MDB), vai disputar o Senado.
Garcia, além do controle da máquina administrativa e da boa relação com parte expressiva dos prefeitos, principalmente do interior de São Paulo (SP), construiu uma robusta coligação – PSDB, União Brasil, MDB, Podemos, Cidadania, Solidariedade, PROS, Avante, Patriota, e PP.
Rodrigo Garcia terá dois fortes adversários pela frente: o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos). Haddad e Tarcísio representam, no estado, a polarização nacional entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Fernando Haddad terá como vice a professora Lúcia França (PSB), esposa do ex-governador Márcio França (PSB). O candidato ao Senado será França. Tarcísio de Freitas, por sua vez, tem como vice o ex-prefeito de São José dos Santos Felício Ramuth (PSD). E o candidato a senador da chapa será o ex-ministro Marcos Pontes (PL).
A última pesquisa do instituto Real Time Big Data, divulgada na semana passada, apontou que Fernando Haddad lidera com 33% das intenções de voto. Tarcísio de Freitas (20%) e Rodrigo Garcia (19%) estão tecnicamente empatados na segunda posição.
Haddad aposta no seu vínculo com Lula, mas também com os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSB) e Márcio França (PSB) para quebrar as resistências do PT, principalmente no interior do estado.
O desejo de Haddad é polarizar com Tarcísio para que ambos disputem o segundo turno e reproduzam em SP a polarização Lula x Bolsonaro. Na avaliação do PT, se isso ocorrer, a rejeição ao governo Bolsonaro, combinado com os apoios de Alckmin e França, poderiam eleger o ex-prefeito.
A estratégia da nacionalização do debate paulista também será buscada por Tarcísio, que aposta no antipetismo paulista – o PT nunca elegeu o governo de SP – para vencer. Na avaliação de aliados de Tarcísio, sem Rodrigo Garcia no segundo turno, o eleitor do PSDB que votará em Garcia optará pelo ex-ministro no confronto contra Fernando Haddad.
Atento às estratégias de seus principais adversários, Rodrigo Garcia constrói a narrativa da “proteção de SP contra aqueles que querem se dividir”. Ou seja, Garcia se apresentará como um candidato que não polariza, que busca a união em favor do estado. Uma incógnita é saber qual será o impacto da exploração que Haddad e Tarcísio devem fazer da rejeição do ex-governador João Doria (PSDB) na campanha de Garcia.
A eleição ao Senado, por sua vez, aponta um favoritismo para Márcio França. Beneficia França a divisão do campo da direita em duas candidaturas – o ex-ministro Marcos Pontes (PL) e a deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB) – já que temos apenas uma vaga em disputa.
PARTIDO/COLIGAÇÃO | CANDIDATOS A GOVERNADOR | CANDIDATOS A VICE | CANDIDATOS A SENADOR |
PSDB/União Brasil/ Cidadania/MDB/PP/Podemos/SD/ PROS/Avante/Patriota | Rodrigo Garcia (PSDB) – R | Geninho Zuliani (União Brasil) | Edson Aparecido (MDB) |
PT/PSB/PCdoB/PV/PSOL/Rede | Fernando Haddad (PT) | Lúcia França (PSB) | Márcio França (PSB) |
Republicanos/PSD/PL/PTB | Tarcísio de Freitas (Republicanos) | Felício Ramuth (PSD) | Marcos Pontes (PL) |
PSTU | Altino Junior (PSTU) | Eliana Ferreira (PSTU) | Mancha (PSTU) |
PCO | Edson Dorta (PCO) | Indefinido | Antonio Carlos Silva (PCO) |
PCB | Gabriel Colombo (PCB) | Manoel Messias (PCB) | Tito Bellini (PCB) |
NOVO | Vinícius Poit (Novo) | Doris Alves (NOVO) | Ricardo Mellão (NOVO) |
PDT | Elvis Cesar (PDT) | Gleides Sodré (PDT) | Indefinido |
PRTB | – | – | Janaína Paschoal (PRTB) |