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Articulação política em xeque – Análise

Episódios recentes acirraram os ânimos entre os Poderes Legislativo e Executivo

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Como abordado no texto anterior, episódios recentes acirraram os ânimos entre os Poderes Legislativo e Executivo, como o veto a mais de R$ 5 bilhões em emendas parlamentares e à edição de uma medida provisória que reonera a folha de pagamento de 17 setores, medidas que vão na contramão do que foi aprovado pelo Congresso. Os gestos, mesmo que justificáveis do ponto de vista fiscal e/ou constitucional, desagradaram à classe política e podem tumultuar a volta dos trabalhos parlamentares.

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Por conta dos feriados e da eleição municipal em outubro, que comprometerá a agenda no segundo semestre, o governo tem, teoricamente, somente cinco meses para votar e aprovar os projetos de lei que vão regulamentar a Reforma Tributária, a pauta da transição energética, as mudanças no Ensino Médio, além de outras prioridades que podem surgir até o recesso parlamentar, em julho. Uma delas, segundo lideranças governistas ouvidas pela Arko, seria a retomada do projeto das fake news, que propõe regulamentar as redes sociais. Contudo, até mesmo integrantes da base admitem que, por ora, o clima não é favorável para as agendas consideradas positivas.

Legislativo

Lula, Pacheco e Lira – Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O projeto das fake news, além de provocar grande resistência entre a oposição e os parlamentares de centro, pelo potencial impacto eleitoral que a matéria possui, precisaria de um engajamento maior do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, o deputado reconheceu a aliados que a versão discutida no ano passado foi contaminada pela narrativa de censura imposta pela direita e dificilmente o texto ganhará tração para ser aprovado.

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Para dificultar esse cenário, há ainda tensionamento na relação entre Lira e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Os dois, segundo relatos de pessoas próximas a ambos, não se falam desde o fim do ano passado, o que tende a piorar a atmosfera já conturbada que envolve o Legislativo e o Executivo. Coube a Rui Costa, ministro da Casa Civil, que até então era o algoz do Parlamento, assumir o papel de interlocutor com o presidente da Câmara. No entorno de Lula, a avaliação é de que Costa não tem o perfil ideal para a missão, mas o clima nebuloso forçou o Planalto a fazer essa escolha, sob pena de ver sua agenda política prejudicada. Se não for Costa, caberá a Lula assumir, mais uma vez, a articulação política do governo. Última hipótese para o petista.

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