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A reação silenciosa do Planalto ao discurso de Lira

Lula sinalizou a aliados que não deve se reunir com Lira nesta semana, conforme estava previsto

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Depois de assistir, de longe, ao debate do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na abertura do Legislativo, nessa segunda-feira (5), o presidente Lula reagiu silenciosamente, ao ignorar publicamente a fala recheada de críticas e recados ao governo. Por outro lado, Lula sinalizou a aliados que não deve se reunir com o deputado alagoano nesta semana, conforme estava previsto. Seria o primeiro encontro dos dois neste ano.

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Lideranças e aliados do presidente Lula ouvidos pela Arko avaliam que Lira elevou o tom e colaborou para tensionar ainda mais o ambiente, que já não estava dos melhores por conta da decisão do Executivo de vetar mais de R$5 bilhões em emendas parlamentares – a maioria de pastas de aliados de Lira – e reonerar a folha de pagamentos, através de uma Medida Provisória. O alvo para demonstrar essas e outras insatisfações tem sido o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, com quem Lira não conversa desde o início do ano. No entanto, nos bastidores, o entorno de Lula garante que o presidente não abrirá mão de seu aliado na pasta.

Lira

Lula e Lira – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Além de Lula, as principais lideranças do governo no Congresso também se mantiveram caladas ao discurso do deputado, o que evitou que uma possível crise se instalasse e respingasse no Palácio do Planalto. A aliados, Lira tem sinalizado que não pretende esticar mais a corda. Com a pauta nas mãos, a avaliação de parlamentares é de que Lira dificilmente travará a agenda do governo, especialmente em seu último ano como Presidente da Casa. Isso porque, além de ter como prioridade dar sequência às leis complementares da reforma tributária – um projeto encampado por Lira e aprovado após três décadas de discussão, ele também busca apoio do governo para eleger seu sucessor na Presidência da Casa.

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Em tese, a harmonia entre os Poderes deve ser mantida ou todos os personagens envolvidos terão prejuízos diretos no capital político. Lula na sua agenda de governo, o que impactaria nos resultados perseguidos, como o cumprimento da meta fiscal e de déficit zero. Neste caso, o mercado poderia também responsabilizar Lira por um suposto fracasso na agenda econômica. Para além disso, uma nova crise poderia impactar em seus planos pós Presidência da Câmara que podem ir desde fazer o seu sucessor na cadeira ou conquistar um lugar ao sol dentro do governo.

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