A definição da prévia para a escolha do candidato a presidente do PSDB levou aliados do ex-governador Geraldo Alckmin a levantarem a bandeira da realização também de uma votação interna em São Paulo (SP) para o partido escolher quem vai concorrer ao Palácio dos Bandeirantes em 2022. A ideia é forçar um duelo com o atual vice-governador Rodrigo Garcia (DEM), que deve se filiar ao PSDB.
Aliados do governador João Doria, que comandam o diretório estadual, têm aumentado a pressão para que Garcia se filie e querem que Alckmin dispute o Senado ou uma vaga de deputado federal.
No entanto, aliados do ex-governador dizem que ele concorrerá novamente a governador. Apesar de ter sido o responsável pela entrada de Doria na política, em 2016, o ex-governador revela nos bastidores disposição de se contrapor a Doria.
O presidente estadual do PSDB, Marco Vinholi, aliado de João Doria, entende que a prioridade para encabeçar a candidatura é de quem está no cargo. Caso Doria renuncie para disputar a Presidência, Garcia assumirá o governo em abril do ano que vem. O governador já deixou aberta também a possibilidade de concorrer à reeleição.
Caso decida sair do PSDB, Alckmin tem como opções PSB, Cidadania, PDT, PSD e PSL. Há conversas até para a reedição da chapa vitoriosa de 2014 com o ex-governador Márcio França (PSB).
Apesar do desejo de aliados de Alckmin para que ele seja candidato, ganha força a pré-candidatura de Rodrigo Garcia. O vice-governador recebeu, na semana passada, o apoio do grupo ligado ao prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), isolando assim o grupo do ex-governador.
O prefeito e o ex-governador trataram do assunto pessoalmente em uma conversa há três semanas. Segundo auxiliares de Covas, que detém o comando do PSDB paulistano, Alckmin foi avisado de que, se Garcia for para o partido, a candidatura dele seria o “caminho natural”.
A direção executiva tucana definiu que as prévias não serão necessárias em caso de reeleição, mas aliados de Alckmin contestam essa decisão e pretendem revertê-la. Procurado, Covas não quis se manifestar.
Além de Alckmin, a lista de pré-candidatos ao governo de São Paulo tem outros três nomes: o secretário da Casa Civil, Cauê Macris, o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, e o prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Orlando Morando.
O PSDB ofereceu a Alckmin a candidatura ao Senado, mas ele resiste à ideia e ainda precisaria convencer o senador José Serra (PSDB) a desistir de tentar a reeleição.